sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

DA TEORIA À PRÁTICA


É muito importante lembrarmos, dizia Ramana, que neste mundo estamos sujeitos as leis do karma, ação e reação, e que por meras palavras dizer que somos livres e podemos fazer o que quisermos não significam muita coisa. Nesse caso, a mente alerta, que tanto falam os zen-budistas, pode ser uma boa ferramenta para manter a vigilância e a observação constantes no caminho.


"É verdade que nao estamos aprisionados. Que dizer, para o EU REAL não há prisão. e também é verdade que cedo ou tarde você retornará a sua Fonte. Mas enquanto isso, se você cometer más ações, como você as chama, você terá que enfrentar as suas consequências. Você não pode escapar disso. Se um homem lhe bate você pode dizer: "Eu sou livre, eu não sou afetado pela surra e a dor não existe em mim. Deixa ele continuar batendo?" Se você realmente chegou a esse ponto você pode fazer o que quiser, caso contrário, qual é a utilidade de dizer apenas em palavras que você é livre?"

(Ramana Maharshi)



NAMASTE,
SWAMI SAMBODH NASEEB
__._,_.___

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

TRANSIÇÃO 2008-2009




As novas conexões com um nível mais elevado de realidade e de ser, estão lenta, mas certamente sendo implementadas por nós agora. Este processo foi longo, envolvendo quase todo o ano de 2008! Parecia que 2008, o ano dos novos inícios, envolveu o alinhamento com o novo, assim como a desconexão do velho, e tirou muito de muitos de nós.
Enquanto mantínhamos o velho espaço por tanto tempo, a fim de que um número suficiente da massa crítica pudesse agora incorporá-lo, nós tivemos então que passar por um processo de deixar ir tudo o que estivemos mantendo por tanto tempo. Como eu mencionei na última mensagem de ASAS, muitos de nós estávamos absolutamente quites, mas ainda no velho espaço, o que não parecia tão bom! Ao sermos bombardeados por energias de vibração menos elevada, sentíamo-nos perdidos e desconectados, e certamente, bem afastados de nossas fontes de poder e de conexão (isto é, sentimentos de energia mais elevada que costumávamos incorporar!) eram expressões muito comuns deste estágio. A porta não tinha ainda se aberta para o próximo nível para nós, e cenários desconfortáveis estavam sempre presentes. Era quase como que retornar no tempo. (...)






Karen Bishop






Para ler mais:


MATURIDADE


Olá amigo Kumara,

É isto que digo!
Será que não precisou de todas essas terapias e experiências de vida para voce estar neste momento aí com Ramesh e sentindo esta gratidão toda pelos ensinamentos e os toques preciosos do Nirav? Quem pode dizer que sim? Quem pode dizer que não? rsrs...

Só posso dizer uma coisa: chega um ponto em que o encontro com o guru acalma todas as coisas. Larga-se todas as terapias, todas as experiências nada mais significam, a não ser aquilo que não pode ser experienciado por ser realmente O QUE ÉS!

Kumara, o meu caminho começou com Buda em 1986, com dezessete anos, e culminou com minha iniciação com Osho em 1993, com 24 anos de idade. Mas foi só a partir de 2001 que as coisas começaram a tomar um novo e profundo entendimento. Conhecí o Advaita pelo Nirav, Ramesh, Ramana, Nisargadatta, e foi um aprofundamento maravilhoso. Houve momentos nestes anos de extase profundos onde por longos períodos algo muito profundo acontecia comigo e eu não tinha ninguém para compartilhar - porque sabia que nao tinha como falar ou ao menos ser entendido por alguém que não tivesse tido experi~encia semelhante. Como o meu destino sempre foi ser autodidata e minha intuição sempre foi meu guia maior, fui trabalhando naturalmente o que a vida me pedia no momento. Para mim hoje não importa. Não vejo diferença na terapia, na meditação e nos satsangs, porque ambos fazem parte da escola da vida que nos empurra mais e mais em direção ao UM. Estou a serviço dos mestres. E esta devoção é sempre meu ponto de partida.

PAZ NO CORAÇÃO,

Swami Sambodh Naseeb.

QUESTÕES


Oi João! Que bela pergunta!

Quando escreví os tópicos, minha intenção era simplesmente criar reflexões para muitos que recebem esta lista. Há muitos que participam silenciosamente, pessoas que não estão nem em terapias nem frequentando satsangs. Acho bom podermos abrir o leque...já que hoje me sinto bem mais maduro para falar sobre isto. Esta lista tem algo maravilhoso que o Nirav propõe: este espírito ecumênico. Acho louvável ter-se mantido por tantos anos este grupo, já que foi através dele que conheci Nirav e depois Ramesh, Nisargaddata, Ramana.

Bem, vamos às questões:


Voce disse: Acho bem legal as terapias Naseeb, e realmente épossível perceber melhoras em muitos casos. Só achoque elas não sejam algo sempre funcione, e isso nempor culpa do terapeutizado ou da terapia. Acho issouma coisa importante de salientar.


Concordo com você, Joao. Neste mundo nada funciona sempre. Nem mesmo satsang. E na terapia nao podia ser diferente: Depende do terapeuta, do terapeutizado, da vontade da vida. Mas sempre temos que ter em mente uma coisa: funcionar o que? para encontrar Deus a terapia nao funciona. O que ela pode ajudar é a mostrar por exemplo as projeções que estamos acostumados a fazer quando estamos apegados às visões da mente racional limitada.
Cada um vai por onde se sente inclinado a ir de acordo com o fluxo de seu aprendizado no momento. Nada é garantido. Ir para dentro do desconhecido e incerto é um dos pontos vitais do buscador da verdade. Há detalhes a serem vistos sempre: O terapeuta é um meditador? É um buscador da verdade? Tem algumas realizações? Quando Osho falava que a terapia poderia ajudar a levar as pessoas a real meditação e aos satsangs ele queria dizer que o terapeuta tem que ter uma visão da unidade por ele mesmo. A maior parte dos terapeutas trabalha apenas com o ego, sem jamais apontar a seus clientes a necessidade de transcendência. É nesse ponto que para mim a terapia não tem sentido. Se você tem uma noção do trabalho de Osho verá que ele não foi apenas um grande mestre, mas foi também um grande curador e terapeuta. Até de hipnose ele falava como de grande ajuda ao meditador...Então, lembremos, tudo tem um contexto.



Você disse: Sobre a sua resposta anterior, vc usa um termo comonos sermos forças criadoras... vc quer dizer com issoque podemos moldar nossas percepções e experiências amaneira que desejarmos?


O que naturalmente acontece é que podemos atrapalhar o fluxo natural da expressão da vida neste corpo. A expressão do EU REAL é pura criatividade. Mas a expressão do EGO é de reatividade, automatismo e repetição. Não é uma questão de conseguir o que voc~e deseja, porque no momento atual muitas coisas que você deseja nao vem de você, porque você como entidade NAO EXISTE. Os desejos de uma mente imatura a levará a mais e mais desejos. É a mente que possui certos desejos distorcidos pela sua ilusão em acreditar que é isto ou aquilo que a satisfará. Com o trabalho nos 3 primeiros chacras, o campo material de vibração muda, e "desejos" reais de crescimento surgem. Exemplo de desejo real? A vontade de encontrar Deus em si mesmo. A vontade de expressar seu ser com autonomia e coragem. A vontade de ser voc~e mesmo!

Quanto a terapia, muitos exemplos podem ser dados. Exemplo: se voce percebe em que seu pai não é aquilo que voce pensava e se dá conta de que estava distorcendo os fatos de quando era criança devido á sua própria mente já ter tendência latentes, a sua relação com seu aspecto masculino interno irá mudar, e com isso, novas possibilidades se abrem no infinito campo vibracional do mundo manifesto. Digamos assim: em termos de organização mental e emocional, devido aos lixos energéticos que juntamos, a terapia pode ser um bom começo na jornada. Mas detalhe: sempre junto com a meditação!

Terapia não irá levá-lo a iluminação, pois ela não foi desenhada para isso. Mas irá facilitar o "modus operandi" no seu deslocamento pelo mundo, isso sim.
Tenho um modelo de trabalho que é o seguinte: os 3 primeiros chacras podem ser trabalhados em terapias energéticas, então o quarto, o chacra do coração, se abre naturalmente. A partir de então, meditação, satsangs, auto-investigação, presença na energia dos gurus serão necessários para atravessar os outros centros.
Este é um trabalho que chamo de Autoconhecimento Integral. Você é Um, mas quando se vê através da mente você pode dividir-se em 7 pontos, para faciltar a operacionalidade do trabalho em Si.

É muito difícil o trabalho dos mestres e orientadores, porque eles precisam falar do começo, do meio e do fim. (Não existe começo, meio e fim em realidade, MAS PARA VOCÊ, no momento em que estás, ISTO EXISTE)
E aqueles que estão no início da jornada muitas vezes anseiam pelo fim. Então deve-se falar do começo. E aqueles que já passaram pelo começo precisam ouvir sobre o fim (satsangs), porque a jornada só termina quando o eu desaparece por completo.


BOAS FESTAS PARA VOCÊ!
PAZ NO CORAÇÃO!

Swami Sambodh Naseeb

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

DEUS É VOCÊ


Deus é o aspecto divino do seu SER.

Nada há separado de VOCÊ.

Quando você ora para Deus, está simplesmente colocando uma intenção criativa

para seu EU DIVINO.

Você não é separado de Deus.

O criador está na criatura.

A meditação é o instrumento que lhe clareia sobre sua realidade de felicidade.


SWAMI SAMBODH NASEEB

VOCÊ É O CRIADOR!



Respeitando todo os pontos de vista deste grupo de buscadores, apenas compreendo algumas coisas que estão sendo discutidas a meses aqui de um ponto de vista diferente...
Essas palavras longe de serem verdade sao apenas para reflexões...A essência do caminho ao qual assimilei me trouxe alguns insights que podem ser úteis a alguns buscadores. A essência do ensinamento é sempre a mesma, mas o enfoque pode mudar. É muito sutil o que quero apresentar aqui, e será fácil ser mau interpretado. E se não servir o chapéu em você, continue seu caminho com a maior força, afinal cada um é único e cada caminho é singular. Mas mesmo assim, vamos lá:

Nao precisamos complicar tanto assim as coisas sobre destino e vontade de Deus...
O pessoal já ouviu de Osho dizer: "Não há Deus" e mesmo assim não compreendemos quando os sábios como Ramesh falam.

Faça suas escolhas e decisões, porque no nível relativo é você quem imagina fazer...
Os resultados nao podem ser previstos, entao porque falar em destino ou livre-arbítrio?
Conheço pessoas que não fazem coisas importantes em sua vida devido ao mau entendimento do que Ramesh quer dizer...... e depois vem com racionalizações tipo "é assim que deveria ser".........e essas mesmas pessoas quando assumem a responsabilidade por sua vida mudam o pensamento e passam a experimentar outras coisas........ou seja, são as crenças que fazem as pessoas experimentarem o que experimentam...e não precisamos falar em vontade de Deus ou o que quer que seja...

Aí vem o argumento: "Mas as crenças que voce terá vai depender da vontade do universo".

Resposta: "Sim, mas de que adianta saber disso, que é parte da vontade do universo? Isto é óbvio que é parte da vontade do universo. Mas você nunca vai saber de nada a partir disso. É apenas uma boa teoria para a grande maioria das pessoas. O fato é que você é a força ativa do universo AGORA. Não existe separação entre a vontade de Deus e a do Universo, logo, esqueça completamente da vontade do universo porque a SUA vontade é a vontade do universo. Isso significa que existe um MAR de possibilidades na Sua caminhada e essa é a grande brincadeira. E o alinhamento espiritual é simplesmente SER DEUS A CADA INSTANTE. SER CRIADOR A CADA INSTANTE. Não há DUAS vontades! Aquele que ainda está confuso sobre essas vontades (vontade de Deus e vontade do Ego) devem saber que só existe duas vontades se VOCE NÃO ASSUME A REALIDADE DO UM. Se você assumir a premissa básica do Advaita, não cairá mais desta dúvida.

Outro ponto: Você só pode falar que uma coisa FOI vontade do universo. Nunca poderá falar que SERÁ vontade do universo, porque seria insano dizer sobre algo que não aconteceu. Por conseguinte, depois que as coisas já aconteceram é que USAMOS o termo "FOI VONTADE DE DEUS", "FOI A VONTADE DO UNIVERSO", para podermos relaxar e olhar para o que É com maturidade.

Há pessoas que querem resolver com satsang seus problemas financeiros, suas dúvidas conjugais, conseguir isto e aquilo...

E essência do que compreendo ser a mensagem dos sábios é: não há duas vontades, logo, ser voce mesmo é uma coisa muito simples: SEJA VOCÊ MESMO! ASSUMA A RESPONSABILIDADE POR VOCE MESMO!
É SÓ VOCE QUE EXISTE.
O EGO É UMA SOMBRA? SIM.
MAS COMO PODE EXISTIR A SOMBRA SEM O REAL SEGURANDO POR TRÁS E DANDO SUSTENTAÇÃO A EXISTENCIA DA SOMBRA?
COMO PODE EXISTIR O FILME SEM A TELA? SER VOCE MESMO É ASSUMIR A SOMBRA COMO SOMBRA, E A LUZ COMO LUZ. UM PARTE DO OUTRO QUANDO EXISTE UM OBSERVADOR, E O DESAPARECIMENTO DE AMBOS QUANDO NÃO HÁ OBSERVAÇÃO.

NÃO HÁ DOIS "VOCE", diz Ramana.

Muito cuidado para não cair nas malhas da imaturidade espiritual...dependência e passividade.
Assim, alguém pode dizer: "Mas se cair, faz parte da vontade do universo ou do destino".

Sim, é claro. Mas se não aconteceu ainda, porque dizer isto? Ora, é justamente por isso que os mestres estão falando e aconselhando a milhares de anos. Observe suas crenças pessoais e certamente voce verá QUEM está criando sua realidade a cada momento.
Satsang pode ser apenas um êxtase passageiro.
A maturidade do ego é o que o permite cair.
Sou totalmente a favor do que KEN WILBER quer dizer como trabalho integral: a personalidade humana está dividida, e cada aspecto deve ser olhado com carinho.
Um ego imaturo verá satsang como tábua de salvação para todos seus problemas! E isso não é verdade.
Nos últimos tempos Osho declarou: "O caminho espiritual não é tão fácil como eu havia dito. Agora que vocês não mais fugirão de mim posso ser honesto: a iluminação não é um mar de rosas."

Om Shanti, Shanti om

SWAMI SAMBODH NASEEB

RESPOSTA A UM AMIGO


Vc sabe, Naseeb, às vezes é difícil reconhecer um iluminado. Isso me intriga muito, pq às vezes o guru é denorex, sabe, parece mas não é...rs Tenho participado das aulas de Vedanta com a querida Glória Arieira, uma verdadeira realizada (essa não deixa dúvida). Prescrever iluminação é a coisa mais fácil e repetitiva do mundo. É só decorar as falas. Mas pra ser de verdade, é preciso antes o contato direto com Deus e até mesmo seu grande amiguinho, rs, o Diabo.


Edu.


......................................................................................



Oi Edu

Vc tem razão!
Vou te dar um exemplo que resume tudo. Uma pessoa me disse: "Naseeb, nós estamos vivendo na era dos charlatões e falsos profetas. Como saber diferenciar o certo do errado?"
Respondí: "Como não existe vítima e sim sintonia na rede da vida, quando um charlatão se aproxima de você é um espelho para voce ver melhor aspectos de voce mesmo que ainda não havia se dado conta".

Uma mulher veio a mim dizendo que seu marido era dependente de alcool. Ela estava tentando faze-lo se livrar do vício e nao conseguia. entao chamei atenção dela fazendo a segunte pergunta: "Qual a sua dependência? Seu marido só está indicando que algo em VOCE é dependente. É verdade?"
Sabe o que aconteceu? O resto da sessão ela me contou o quanto havia sido dependente deste marido e deixado sua vida de lado, mas no passado não tinha maturidade para perceber que o universo estava apenas atraindo uma mesmíssima parte de si mesma no outro. Quando ela tomou responsabilidade pelo seu processo algo impressionante aconteceu: o marido tomou a iniciativa de procurar ajuda com um terapeuta. e ela mesma começou um processo de separação que há anos escondia debaixo do tapete...


Do ponto de vista certo, até os charlatões estão fazendo o seu papel.
Nada está fora do lugar.

SWAMI SAMBODH NASEEB

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

BÊNÇÃO



Aos poucos você mergulha cada vez mais no além, torna-se luminoso, extático, conhece a bênção, a beatitude. Agora não há mais trabalho; você começa a cantar, dançar e a gozar. Os dias de sadhana terminaram, você não tem mais nada a realizar. Deus tomou posse de seu coração, agora é com ele. Você pode confiar e deixar tudo com ele. Pode relaxar-se totalmente. É isso o que significa deixar acontecer. Não é que a jornada tenha terminado, mas o viajante desapareceu. Agora não existe mais a pessoa que viaja, mas a viagem continua...E agora há uma beleza, pois não há esforço.

(Osho)

SABEDORIA DO CORAÇÃO


Sempre que estiver confuso numa situação e não estiver sabendo como sair fora dela, não pense; simplesmente permaneça em um profundo estado de não-pensar e permita que o seu guia interior o conduza. No começo você se sentirá com medo, inseguro, mas logo, quando você chegar sempre à conclusão certa, quando chegar sempre à porta certa, você juntará coragem e se tornará confiante.
Se esta confiança acontece, eu chamo isso de fé. Isso é realmente fé religiosa – a confiança no guia interior. A razão é parte do ego. É você acreditando em você. No momento em que você vai mais fundo dentro de você, você chega à própria alma do universo. Seu guia interior faz parte da direção divina. Quando você o segue, você segue o Divino; quando você segue a si mesmo, você está complicando as coisas, e você não sabe o que você está fazendo. Você pode se achar muito sábio. Você não é.
A sabedoria vem do coração, não é do intelecto. A sabedoria vem da mais recôndita profundidade de seu ser, não é da cabeça. Corte fora a cabeça, fique sem cabeça – e siga seu ser, para o que quer que ele o conduza, para onde quer que ele o leve. Mesmo que ele o leve para o perigo, entre no perigo, porque esse será o caminho para você e para o seu crescimento. Através desse perigo você crescerá e se tornará maduro.

Osho: Trecho de The Book of Secrets

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

PAISAGEM


Cada momento é um passo.

Esqueço que passei.

Não sei se irei.

Mas agora cada passo...

Cada passo único e total

Só este momento

E dentro desse momento sem mente

A paisagem da liberdade...



Naseeb

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

ENTREVISTA COM A MONJA


Equilíbrio - Cientistas têm estudado os efeitos da felicidade e de estados de contentamento na mente humana em decorrência de práticas alternativas como a meditação. Como meditar pode ajudar na busca pela felicidade?
Monja Coen - Fizeram uma pesquisa com monges de um grupo de meditação do dalai-lama. Havia uma diferença entre os monges mais antigos e os mais novos em relação ao espaço do cérebro onde as reações de felicidade foram detectadas. A conclusão científica a que chegaram é que podemos nos treinar para ser mais felizes. As práticas meditativas levam a um estado de compaixão e isso é comprovado materialmente nos neurônios. Eles são plásticos e, assim como os músculos, podem ficar mais fortinhos se começarmos a procurar no outro alguma coisa boa.
Equilíbrio - O que é felicidade na sua opinião?
Coen - A felicidade está diretamente ligada ao que chamamos de sabedoria, ou de compreensão superior. Essa compreensão é nossa, da espécie humana. Não é para eleitos. É um estado de deslumbramento com a vida, mesmo na dor, no sofrimento.
Equilíbrio - A dor e o sofrimento fazem parte?
Coen - A felicidade não é uma coisa que aniquila a dor. Não dá para dizer "não vou ter mais sofrimentos, só vou ser feliz". A verdadeira felicidade é você perceber que a beleza é um processo contínuo. Se alguma coisa me magoa, eu fico triste. Eu não posso ficar alegre com a tristeza. Faz parte da experiência humana sentir saudade, amor, ternura, ficar triste, ter medo da morte. É trabalhar o que está acontecendo com você e não negar, não iludir. Não adianta querer cobrir com um veuzinho muito fino aquilo que é a nossa verdade.
Equilíbrio - É possível ser zen e sentir raiva?
Coen - Não existe esse negócio de "ah estou zen, nada me incomoda". Se estou zen, estou vivo. Estou com os pés no chão e sou um elemento de transformação do mundo. A indignação e a raiva são maravilhosas porque são elas que nos motivam a querer uma ação de transformação.
Equilíbrio - O contentamento não se confunde às vezes com o conformismo?
Coen - Há uma história budista que diz assim: a pessoa contente é feliz mesmo dormindo no chão duro. E aquele que desconhece o contentamento é infeliz mesmo dormindo num quarto luxuoso. Não significa que todo mundo tem de fazer voto de pobreza. Não é apenas se conformar com a situação. O caminho para essa busca da felicidade nem sempre é muito alegre. Há momentos em que você fala: "Não está acontecendo nada!". E, sem isso, você não chega lá. Não é só fazendo massagem e cuidando do corpo que encontramos felicidade. Nem só cuidando da mente e abandonando o corpo. Somos uma unidade, nosso corpo e nossa mente estão unidos.

O CAMINHO



Aquele que se agarra à visão mundana não pode entrar no caminho. Àquele que não entende realmente, mas diz que entende,Você não pode falar sobre o caminho. Aquele que vive no conforto ocioso e que é preguiçosoNão pode aprender o caminho. Aquele que acredita em mentes individuais e separadasNão pode falar sobre o caminho.Aquele que abandona o movimento e procura a calmaNão pode cultivar o caminho.Aquele que abandona o ensinamento para investigar a meditação [chin. Ch'an]Não pode atingir o caminho.Aquele que depende de palavras e conceitos para explicar o significado profundo do DharmaNão pode entender o caminho.Aquele que deseja ser apressado e procura por algo fácilNão pode ser iluminado pelo caminho.Aquele que separa o pequeno do grandeNão pode ser iluminado pelo caminho.Aquele que se agarra ao impuro chamando-o de puroNão pode conhecer o caminho.Aquele que não gosta das coisas comuns e simples e,Ao invés disso, tem uma afeição por coisas novas e especiais,Não pode tender ao caminho.Aquele que gosta apenas do simples e superficialMas não gosta do detalhado e profundoNão pode entender o caminho.Aquele que conduz uma tarefa de maneira superficial e que não gosta de esforço,O que é contra a disciplina,Não pode praticar o caminho.Aquele que atinge um pouco mas acha que é suficienteNão pode praticar o caminho.Aquele que tem pouco entendimento mas acha que é suficienteNão pode atingir o caminho.Para atingir o caminho,Apenas transcenda as preocupações, visões e tentações mundanas.Para atingir o caminho,Apenas permaneça modestamente e com mente aberta.Para atingir o caminho,Apenas trabalhe assiduamente.Para atingir o caminho,Apenas aprenda, com professores bons e próximos,Como compreender o Dharma intuitivamente e, em todos os lugares,Use o ensinamento experientemente para selar a mente.


(Ou-i, 1595-1653. Adaptado de An Exhortation to be alert to the Dharma. Traduzido por Lok To, editadopor Frank G. French. Bronx: Sutra Translation Committee of the United States and Canada, 1987. Pág. 2-3.)

Pensamentos


Não há exatamente nenhum ponto lá.

Tudo é este ponto aqui!

Cada passo posso reconhecer este AQUI.

E guardar a minha presença nessa AQUI eterno.


Todos os pontos são criados pela mente.

Só o agora não tem relação com nenhum ponto.

Por isso o AGORA está em todo lugar eternamente.


Respiro e sinto o Agora.

É sempre belo poder reconhecer que somos responsáveis por este AGORA.
Este AGORA é destruição de todos os pensamentos.


Naseeb


domingo, 7 de dezembro de 2008

EU SOU O QUE SOU...


“Tudo o que nasce deve morrer; tudo o que é adquirido será perdido.Você nasceu? Não, você existe eternamente. O Eu Real nunca podeser perdido.Você impõe limitações a si mesmo e depois luta em vão paratranscendê-las. Toda infelicidade e miséria vem do ego. Ele é aorigem de todos os seus problemas.Um "eu" imaginário surge entre a Pura Consciência e ocorpo inerte e se imagina limitado ao corpo. Busque esse eu e eledesaparecerá como uma miragem.Basta que você se entregue. A entrega é abandonar-se à Fonte doseu ser. Não se iluda pensando que essa Fonte é algum Deus fora devocê. A Fonte está dentro. Abandone-se a ela. Isso significa quevocê deve buscar a Fonte e mergulhar nela.Você é o Eu Real mesmo agora, mas você confunde a suaconsciência atual, ou ego, com a Consciência Absoluta, ou Eu Real.Essa falsa identificação existe devido à ignorância, e aignorância desaparece junto com o ego. Transcender o ego é aúnica coisa a ser feita. A Realização já existe – nãoé necessário tentar alcançá-la.O seu dever é Ser, e não ser isso ou aquilo. "Eu sou o que sou" resume toda a Verdade. E o método é a quietude.”

Sri Ramana Maharshi

BELEZA


O meu passado foi duro e de muito sofrimento. Minha mente pensa demais sobre isso. O que pode me ajudar neste caminho que propões?

Não importa o que nos aconteceu, mas em como estamos olhando para o que É, agora. Se sua vida não tem brilho, é porque seus olhos estão voltados para algum lugar que não é o seu presente. O coração é criativo e vive no Agora. Ele adora aventuras. Quem se abre, recebe. O coração vive no presente. Ele não conhece o passado e nem o medo.

Você pode aprender a dirigir sua energia para o que quer hoje. E isso é meditação. A sua atenção para viver a partir do seu amor no presente, e não no passado, na angústia, no que não fez. Tudo que aconteceu, se foi para sempre. Agora você está no ponto zero – sempre há possibilidades no infinito da sua consciência. Nós podemos recomeçar sempre, porque não há nada sério a ser feito na vida. A vida é uma maneira de você simplesmente se expressar.

Quando eu pego meu violão e faço uma canção, fico cheio de alegria e êxtase. E estou sozinho comigo mesmo. O prazer é sentido no momento. Sempre temos este momento para recomeçar e fazer novas escolhas. Expandir a consciência é aprender a fazer melhores escolhas, escolhas que tenham mais sintonia com o coração aventureiro e criativo do momento. Comece a meditar e muitas coisas vão acontecer...O que é meditar? Aprender que o momento de cada coisa pode revelar a beleza e a tranquilidade.
Naseeb

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

DESAPARECÊNCIA


O caminho espiritual é cada passo.
Nele estão espinhos e rosas.
O prazer e a dor...
A alegria e a tristeza...
Fazem parte desse caminho belo e único que é cada passo.
Então não há um passo primeiro, há apenas CADA passo.
Quando digo: primeiro, me enganei!
A mente me engana!
Não há primeiro nem segundo, nem meio e nem final...
O caminho espiritual é o caminho da vida a cada passo.
Agora, presente, sempre novo, sempre fresco e jovem.
Se você estiver nele,
você desaparece.

SIMPLICIDADE



Simplicidade é aceitar a gente como a gente é.

Nada superior ou inferior.

Viver no coração é deixar espaço para se surpreender.

Simplicidade é não saber!

SIMPLESMENTE VER



O caminho é encontrar o miraculoso a cada passo...

Ver é muito mais que enxergar...

Gratidão é despertar!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

CELEBRAÇÃO


Quando há alguma celebração, uma coisa é certa, nós esquecemos de tudo e vivemos aquilo como que hipnotizados pelo seu poder sedutor. Osho sempre dizia que seu caminho era de celebração por um lado, e meditação por outro.
Na celebração nós desaparecemos. Nós sumimos. Nós não temos problemas porque simplesmente esquecemos de nós mesmos e nos tornamos celebração. O ego derrete na celebração. Se você estiver celebrando não existe você celebrando, mas celebração - porque o que você é mesmo é celebração, e não alguém que está celebrando. Somos a energia celebração. Este alguém que pensamos que somos é uma invenção do cérebro. Limitada. Preste atenção aos seus momentos de celebração. Algo te move que está além de você. Krishnamurti sempre nos lembrava que "a verdade é uma terra sem caminhos"... por isso, cada momento é fértil e absolutamente relaxado e não há regras. Osho, mestre da celebração. Da dança, da música, do canto. "Torne-se consciente do instrumento que todos somos" - era sua mensagem constante. Não importa o que estiver fazendo, observe, fique alerta. Perceba as escolhas... Em celebração, a ciência meditativa se aproxima da vida diária. Celebrar é viver.
NASEEB

EU SOU ISSO E AQUILO E ALÉM


Se somos iluminados agora mesmo, então porque meditar?

A prática da meditação e da auto-investigação é para você ter essa experiência por si mesmo. Você pode ouvir de alguém que você já está acordado. Mas essa experiência não pode ser passada por palavras. Tem-se de viver isto a cada momento. A prática é um caminho para experienciar isto. Sim, somos iluminados, mas temos de saber por nós mesmos. Depois de saber, passamos anos estabilizando nosso corpo e nossas mente para cristalizar este reconhecimento. Mas realmente meditar é viver em meditação, estar próximo ao corpo, abandonar as histórias mentais, sintonizar-se com o presente e com sua força interior. Tudo que se pode fazer sempre está agora. Não restrinja sua prática à sua casa ou ao seu centro de meditação. Lembre-se que você carrega o Cristo, você carrega o Buda. Você é o Cristo. Você é o Buda. Precisamos reconhecer isto a cada momento. Eu sou...é uma boa meditação...Quem sou eu? Eu sou...apenas sou...eu...apenas eu...
SAMBODH NASEEB
"Aniruddha fez uma pergunta dizendo que quando ele veio até aqui, imaginava–me uma pessoa erudita, especial, extraordinária.Agora ele diz:'Vivendo aqui com você durante muitos dias, vejo-o como um homem, como um outro homem qualquer. Então por que tanto estardalhaço?'Eu não tenho nenhuma obrigação de preencher suas exigências.Sou apenas o que sou, totalmente comum.A realidade é comum.A rosa é uma rosa, a rocha é uma rocha, o rio é um rio.A realidade é absolutamente comum.Então qual é a diferença entre você e eu?A diferença é a seguinte:eu celebro minha mediocridade,você não celebra.Esta é a diferença.Eu dou as boas - vindas a ela,sinto-me completamente feliz com ela; você não.Eu sou um ser, você é um tornar-se.Eis a diferença.Não que eu seja especial e você seja comum - isso é inteiramente absurdo-se eu fosse especial, então todo mundo seria especial, se você fosse comum, então todo mundo seria comum.Pertencemos à mesma realidade.Eu sou totalmente comum.Mas a diferença é que eu celebro isso...Não tenho rancor, não tenho nenhuma queixa, não estou tentando tornar-me alguém que não sou.Aceitei-me inteiramente – não desejo mudar nem mesmo uma única coisa.Neste relaxamento, nesta aceitação,a celebração começou a acontecer em mim."OSHO, O Segredo dos Segredos ,Vol. I

domingo, 30 de novembro de 2008

TRUQUES DOS MESTRES


Existem duas posturas de mestres para indicar exatamente isto, que a iluminação vem por si mesma, quando vier. Uma postura é de dizer que não há iluminação, para que o discípulo relaxe e não mais se preocupe com isso. A segunda é dizer que você já é iluminado. As duas são mentiras, mas mentiras que servem como estratagema para o discípulo não encrencar com coisas desnecessárias no caminho. Pensar em iluminação é totalmente desprovido de valor. O amor é aqui-agora. A abertura para o amor é tudo. Amizade com tudo que estiver em volta.

SAMBODH NASEEB

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

MÉRITOS DA MEDITAÇÃO


A meditação vai proporcionar o que? A estabilidade.Aquilo que nós chamamos de pensar, vaguear mentalmente é essencialmente isso; a gente contempla um objeto, esse objeto manifesta os cinco skandas e na seqüência nós temos um passear por objetos tendo essas energias por foco. Assim vamos girando na roda da vida. De um modo geral isso é a nossa ocupação mental. Então, na meditação, o primeiro ponto é a tranqüilização, se não a desenvolvermos vamos simplesmente sair pensando, nem é preciso sentar, a mente fica pensando e agindo. Pensar e agir é girar a roda da vida, é o que estamos fazendo por vidas e vidas, desde tempos sem início.Olhando dessa maneira, vamos entender a que o Buda se refere com a expressão "escuridão dos sentidos". É uma experiência muito importante mas gravíssima porque quando abrimos os olhos estamos imersos na escuridão dos sentidos e não nos damos conta.
Para nós a escuridão é falta de luz, se quando abrimos os olhos temos luz, porque chamamos de escuridão? É escuridão porque existem os impulsos sensoriais – visuais, gustativos, olfativos, tácteis, ou auditivos – sejam quais forem, que nos conectam aos pensamentos e nos fazem seguir sempre presos em um processo que obstrui a clareza ou liberdade da mente. O Buda diz que quando interromper isso a pessoa abre os olhos e é como alguém que realmente abriu os olhos e se move com uma clareza nunca experimentada. Antes disso tudo o que nós podemos pensar durante uma vida inteira está inteiramente limitado às associações cármicas às marcas mentais. Assim, vamos de uma marca para outra, em um movimento sempre presos a este processo, sem esperança de liberação.

LAMA SAMTEN

terça-feira, 18 de novembro de 2008

NÃO SE JULGUE!


A primeira coisa é esta: não se julgue. Aceite humildemente sua imperfeição, seus fracassos, seus erros, suas faltas. Não há nenhuma necessidade de fingir outra coisa. Seja você mesmo: “É assim mesmo que eu sou, cheio de medo. Eu não posso andar na noite escura, não posso ir lá na densa floresta.”. O que há de errado nisso? - é humano.
Uma vez que você se aceite, você será capaz de aceitar os outros, porque você terá um clara visão interior de que eles estão sofrendo da mesma doença. E a sua aceitação deles, os ajudará a aceitarem-se.
Nós podemos reverter todo o processo: aceite-se. Isso o torna capaz de aceitar os outros. E porque alguém os aceita, eles aprendem a beleza da aceitação pela primeira vez - quanta tranqülidade se sente! - e eles começam a aceitar os outros.
Se a humanidade inteira chegar ao ponto onde todo mundo é aceito como é, quase noventa por cento da infelicidade simplesmente desaparecerá - ela não tem fundamentos - e os seus corações se abrirão por conta própria e o seu amor estará fluindo.
Neste exato momento, como você pode amar? Quando você vê tantos erros, tantas fraquezas... - como você pode amar? Você quer alguém perfeito. Ninguém é perfeito, assim, você tem de aceitar um estado de não-amor, ou aceitar que não importa se alguém não é perfeito. O amor pode ser compartilhado, compartilhado com todas as espécies de pessoas. Não faça exigências.
O julgamento é feio - ele fere as pessoas. Por um lado, você vai machucando, ferindo-as; e por outro lado, você quer o amor delas, seu respeito. Isso é impossível.
Ame-as, aceite-as e, talvez, seu amor e respeito possa ajudá-las a mudar muitas de suas fraquezas, muitas de suas falhas - porque o amor lhes dará uma nova energia, um novo significado, uma nova força. O amor lhes dará novas raízes para se erguerem contra os ventos fortes, um sol quente, a chuva forte.
Se apenas uma única pessoa o ama, isso o faz tão forte, que você nem pode imaginar. Mas, se ninguém o ama neste vasto mundo, você fica simplesmente isolado; então, você pensa que é livre, mas você está vivendo numa cela isolada em uma cadeia. É que a cela isolada é invisível; você a carrega consigo.
O coração abrirá por si mesmo. Não se preocupe com o coração. Faça o trabalho preparatório.


OSHO

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

O CAMINHO


"Quando olho para dentro, sei que não sou nada - e isso é sabedoria; quando olho para fora, sei que sou tudo - e isso é compaixão."
"O Grande Caminho não é difícil para os que não têm preferências.”


Terceiro patriarca

ZEN BUDISMO


O Zen é um ramo do budismo que se desenvolveu na China (aí conhecido por Chan) e faz parte de uma antiga tradição com 2.500 anos fundada por Siddharttha Gotama. Este viria a ser conhecido por Buda, que significa simplesmente o “desperto”, e que viveu e morreu como um ser humano e não como um deus objecto de veneração. O Chan irradiou da China para a Coreia (aí conhecido por Son), para o Japão (por Zen) e para o Vietname (por Thien). Nos últimos quarenta anos, aproximadamente, criou raízes em muitos outros países.
Embora a escola Zen se conforme em todos os aspectos aos ensinamentos tradicionais budistas, possui, no entanto, uma espontaneidade que desafia a ortodoxia espiritual tradicional. O Zen é uma prática de transformação dos processos mentais pela atenção dada ao presente. Pratica-se em todas as circunstâncias, no acto de mudar o babete a uma criança, numa reunião de trabalho com colegas, num engarrafamento, a cortar legumes para o jantar, ou sentado no topo de uma remota montanha.(texto cortesia de Open Way Zen, traduzido por José Eduardo Reis)

PRÁTICA DA MEDITAÇÃO


A prática da meditação leva-nos a fazer uma descoberta extraordinária: fomos e sempre seremos a Mente de Buda não-nascida. E quando vemos as coisas na perspectiva dessa Mente, experienciamos a mais profunda verdade, a realidade absoluta. Compreendemos que a mente não é nada mais do que a Mente de Buda não-nascida. Não há nada para procurar, nada a ganhar. Mas perceber isto de uma forma intelectual não chega. O contentamento só virá ao termos a experiência da nossa completude, da nossa totalidade, e isto significa que cada um tem de realizar a verdade directamente. Se eu vos disser que sois completos e unos e simplesmente aceitardes isto, nunca compreendereis por vocês mesmos a vossa unidade intrínseca. A nossa própria pobreza não pode ser aliviada ao avaliar-nos um tesouro que pertence a outrem.
Na experiência de não dualidade, vemos com os nossos próprios olhos que todos os opostos são um. Podemos chamar-lhe mente ou não-mente, eu ou não-eu, Dharma ou Iluminação, mas a experiência é sempre a mesma. Esta é a única verdade a ser ensinada, por isso ao ouvirem a mesma coisa durante anos podem ficar como que adormecidos ou desatentos. Uma forma de dar lugar a novas percepções é usar vários opostos e verificar onde ficamos bloqueados.


GENPO ROSHI

KEN WILBER


Sim, a prática concreta é baseada em algo assim: dada a Grande Cadeia do Ser – que vai da matéria para o corpo, para a mente, para a alma, para o espírito – como podemos reconhecer, honrar e exercitar todos esses níveis em nosso próprio ser? E se o conseguirmos – se nos engajarmos em todos os níveis do nosso potencial – isso não nos facilitará relembrar a Fonte do grande Jogo da Vida, que não é outra senão nosso próprio Eu profundo (Self)? Se o Espírito é a Essência e o Objetivo de todos esses níveis, e se, em verdade, somos Espírito, o engajamento sincero em todos esses níveis não nos ajudará relembrar quem e o que realmente somos?

Bem, essa é a teoria, que, acho, coloquei em palavras muito secas. Concretamente, a idéia é: escolha uma prática (ou práticas) de cada um desses níveis e engaje-se sinceramente em todas elas. Para o nível físico você pode incluir ioga física, levantamento de peso, vitaminas, nutrição, corrida, etc. Para o nível corpo/emocional você pode tentar sexualidade tântrica, terapia que ajude a contactar o lado sentimental do seu ser, bioenergética, etc. Para o nível mental, terapia cognitiva, terapia narrativa, terapia da fala, terapia psicodinâmica, etc. Para o nível da alma, meditação contemplativa, ioga da divindade, contemplação sutil, oração centralizadora e assim por diante. E para o nível do espírito, as práticas mais não-dualísticas como o Zen, Dzogchen, Advaita Vedanta, Kashmir Shaivismo, misticismo cristão informe, etc.

Hesito em fornecer uma lista porque, como você sabe, há, literalmente, milhares de práticas maravilhosas para todos esses níveis e eu me arrepio com a possibilidade de excluir alguma. Mas, por favor, focalize simplesmente a idéia básica: assuma uma ou mais práticas para cada um dos níveis do seu ser – matéria para corpo, para mente, para alma, para espírito – e exercite todas elas da melhor forma possível, individual e coletivamente. Não só você, simplesmente, passará a sentir-se melhor no nível mundano, como também aumentará dramaticamente suas chances de começar a entender seu próprio Estado radical, que é o próprio Espírito, sua mais profunda identidade e impulso.

P: Atualmente, há professores para este tipo de prática integral?

KW: Bem, infelizmente, nos dias de hoje, ainda não há muitos professores. Em parte, este tipo de prática integral é uma união do Ocidente com o Oriente, e eles foram apresentados um ao outro só recentemente. Mas há professores estupendos trabalhando com um ou mais níveis – e, assim, neste momento, você simplesmente tem que “escolher a roupa adequada” – ou escolher os melhores professores para cada um dos níveis. Encontre um bom exercício físico que o agrade, e um programa nutricional decente. Tente empenhar-se em uma boa prática psicoterapêutica – poderá ser simplesmente escrever seus sonhos ou fazer parte de um grupo de debate. Tente uma boa prática de meditação e preste um serviço comunitário. Não quero que isto pareça uma coisa terrivelmente fascista – mas tente, o melhor que puder, empenhar-se totalmente a fim de despertar totalmente.

P: Pelo menos há professores que estão buscando essa prática integral?

KW: Sim. Há alguns escritores que, hoje, estão enfatizando a importância de uma abordagem integral, e embora todos ainda estejam num nível muito preliminar, são um bom lugar para começar. Você pode tentar The Life We Are Given de Michael Murphy e George Leonard, What Really Matters de Tony Schwartz, Paths Beyond Ego de Roger Walsh e Frances Vaughan e o meu The Eye of Spirit.

Mas a idéia é muito simples: praticando somente em um nível, seu ser não se iluminará totalmente. Se simplesmente meditar, seu “lixo” psicodinâmico não irá automaticamente embora. Se você só meditar, seu emprego ou seu relacionamento com sua esposa não irão, automaticamente, melhorar. Por outro lado, se só fizer psicoterapia, não pense que sentir-se-á aliviado da carga da morte ou do medo. Dê a Freud o que é de Freud e a Buda o que é de Buda. E, acima de tudo, se dê completamente ao Divino, empenhando tudo o que você é.

Oh, puxa, está parecendo até um comercial dos Fuzileiros Navais: “Seja o melhor que puder”. Mas, realmente, o ponto é que, quanto mais dimensões de si próprio estiverem empenhadas na busca da Fonte deste maluco Jogo da Vida, mais provavelmente irá descobrir o fato excepcionalmente belo de que você, e somente você, é o Autor deste Jogo. E isto não é uma afirmação teórica; é a melhor oportunidade que temos para obter nossa passagem para Atenas.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

OSHO E RAMANA





O silêncio é a música da alma. E a meditação é a ponte
que torna isto possível. Quando a mente compreende sua natureza no silêncio, tudo é entendido.

O Zen não pode ser entendido nos livros, assim como também não pode a meditação, o amor, a graça.

Quando lembro de Ramana Maharshi, no mesmo instante a pergunta Quem Sou Eu revela o Observador/Testemunha. E quando há essa Testemunha, há brilho e luz nos atos, nas palavras, e no pensar.

Quando lembro de Osho me vem o Zen. Osho era um mestre zen não-ortodoxo, maravilhoso, exímio. E no Zen simplesmente o AGORA. Meditação é ISTO. Escrevendo, bebendo, comendo, caminhando. Meditação é simplesmente cada momento. Chorando, sorrindo, em qualquer momento a lembrança é AQUI. O ponto é AQUI. Neste AQUI, tudo converge.

SAMBODH NASEEB

DE PASSAGEM




Conta-se que no século passado, um turista americano foi à cidade do Cairo, no Egito. Seu objetivo era visitar um famoso dervixe. Lá chegando, o turista ficou surpreso ao ver que o dervixe morava num quarto simples. As únicas peças de mobília eram uma mesa e um banco.


- Onde estão os seus móveis? - perguntou o turista. E o dervixe, bem depressa, perguntou também:

- E onde estão os seus?

- Os meus? - perguntou o turista. Mas eu estou aqui só de passagem!

- Eu também! - disse o dervixe.

BRINCADEIRA CÓSMICA


KEN WILBER: Sim, exatamente, este é o problema. Você precisa de um “outro”. Assim, se você é o único Ser em toda a existência e você quer jogar – jogar qualquer tipo de jogo – você tem que assumir o papel do outro e depois esquecer que está jogando em ambos os lados. De outro modo, o jogo não seria divertido. Tem que fazer de conta que é o outro jogador com tal convicção a ponto de esquecer que está assumindo todos os papéis. Se você não esquece, não há jogo, não é divertido.

P: Assim, se quer jogar – penso que o termo oriental é lila – tem que esquecer quem você é. Amnésia.

KW: Acho que sim. E este é exatamente o cerne da resposta dada pelos místicos do mundo inteiro. Se você é o Um e – enfastiado da mais pura exuberância, plenitude, superabundância – quer jogar, alegrar-se, divertir-se, então, primeiro, deve manifestar o Muito e, segundo, esquecer-se que é o Muito. De outro modo, não há jogo. Criação (manifestação, encarnação) é o grande Jogo do Um fazendo de conta que é o Muito, por puro esporte e diversão.

P: Mas não é sempre divertido.

KW: Bem, sim e não. O mundo manifesto é um mundo de opostos – de prazer versus dor, acima versus abaixo, bem versus mal, sujeito versus objeto, luz versus sombra. Mas se você quer jogar o grande Jogo Cósmico, aquele que você mesmo criou, o que mais pode fazer? Se não há divisões, nem jogadores, nem sofrimento e nem Muito, então você simplesmente se mantém como o Um e Único, Solitário e Indiferente. Mas jantar sozinho não tem graça.

P: Assim, iniciar o jogo da criação é iniciar o mundo de sofrimento.

KW: Começa a ter sentido, não acha? E os místicos parecem concordar. Mas há uma saída para esse sofrimento, um caminho para livrar-se dos opostos, que envolve o entendimento direto e irresistível que o Espírito não é bem versus mal, ou prazer versus dor, ou luz versus escuridão, ou vida versus morte, ou todo versus parte, ou holístico versus analítico. O Espírito é o grande Jogador que dá origem a todos os opostos igualmente – “Eu, o Senhor, faço a Luz iluminar tanto o bom como o mau; Eu, o Senhor, faço todas as coisas” – e os místicos do mundo inteiro concordam. O Espírito não é a metade boa de todos os opostos, mas sim a essência de todos os opostos, e nossa “salvação”, por assim dizer, não está em encontrar a metade boa do dualismo e sim achar a Fonte de ambas as metades do dualismo, porque, em verdade, é isso que realmente somos. Somos ambos os lados no grande Jogo da Vida, porque – no mais fundo do nosso verdadeiro Eu – criamos ambos os opostos com o objetivo de jogarmos um grande jogo de damas cósmico.

KEN WILBER


Pathways (P): Por que o Espírito se preocupa em manifestar-se, especialmente quando essa manifestação é necessariamente dolorosa e requer que Ele se esqueça da Sua verdadeira identidade? Por que Deus encarna?

Ken Wilber (KW): Oh! Vejo que você está começando pelas perguntas fáceis. Bem, vou dar-lhe umas poucas respostas teóricas que têm sido oferecidas ao longo dos anos e depois relatarei minha experiência pessoal, tal como é.

Na verdade, fiz esta mesma pergunta a alguns mestres espirituais e um deles deu-me uma resposta rápida e clássica: “Jantar sozinho não tem graça.”

A princípio, esta resposta parece ser um pouco impertinente ou leviana, mas, à medida que se pensa sobre ela, cada vez mais começa a fazer sentido. O que aconteceria se, só por diversão, fizéssemos de conta – blasfematoriamente, você e eu fingíssemos por um momento – que somos Espírito, aquele Tat Tvam Asi [1]? Se você é Deus Todo-Poderoso, por que criaria um mundo? Um mundo que, como você bem salientou, é necessariamente de separação, desordem e dor. Por que você, que é Um, daria origem ao Muito?

P: Jantar sozinho não tem graça?

KW: Não começa a fazer sentido? Aqui está você, o Um e o Único, o Solitário e o Infinito. O que você vai fazer a seguir? Você se banha em sua própria glória por toda a eternidade, regozija-se com seu próprio encanto por eras e eras, e, depois, o que mais? Cedo ou tarde, você pode decidir que seria divertido – só divertido – fingir que você não é você. O que quero dizer é: o que mais você vai fazer? O que mais você pode fazer?

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

LAVANDO O ARROZ, LAVANDO O CORAÇÃO


Lavando o Arroz, Lavando o Coração.
Quando valorizamos o nosso trabalho, tudo fica simples e fácil. Se temos a atitude correta o trabalho é purificado. A manifestação da plenitude torna-se visível. Quando repetimos todos os dias o mesmo trabalho, começamos a trabalhar automaticamente, com o pensamento em outro lugar. Nada é simples. é preciso ter atenção no trabalho, porque ele é um reflexo de humanidade e consideração.
Vamos ver a situação de servir o chá. Como é explicado no “Nichijô Sahanji”, o ato de servir o chá está conectado à nossa vida diária. Embora existam vários tipos de chá, várias quantidades a serem servidas, diferentes horários, o sentimento de receber o chá é incalculável. É preciso se empenhar para realizar esta tarefa. Por outro lado, há situações em que este trabalho fica difícil. São necessárias várias tentativas e erros.
Isto é comum ao se lavar o arroz, embora este trabalho pareça simples. Medir a quantidade do arroz, colocar água, lavar os grãos parece fácil e monótono. Entretanto, se temos pressa, fica difícil lavar bem o arroz. Se não tomarmos cuidado, podemos deixar uma pequena sujeira passar ou o arroz pode acabar sendo jogado fora junto com a água. Depois de lavado, ajustamos o volume de água necessário para ele cozinhar. A quantidade de água influencia no gosto da comida. Devemos levar em conta a procedência dos ingredientes para poder fazer os ajustes. Se estes pontos forem esquecidos não será possível transmitir felicidade para a pessoa que recebe a comida.
Em outras palavras, o arroz possui vida. O mesmo valor tem os outros ingredientes, nada deve ser desperdiçado. Desta maneira o “tenzo” executa seu trabalho centralizado na pessoa que vai receber a comida. Não é porque o trabalho é simples que iremos trabalhar com negligência. Devemos ficar atentos não apenas com a sujeira, mas também com os grãos colados nela. Quando lavamos o arroz, devemos concentrar nosso coração-mente. Neste ponto, a unidade entre o trabalho e a pessoa se manifesta. Embora não exista a vontade de praticar, deve-se buscar este estado de unidade.
Se não existir esta relação entre a pessoa e o trabalho, quando jogarmos alguma coisa fora, ou quebrarmos algum objeto, não sentiremos nada. Mas se existir esta unidade, sentiremos dor se acontecer uma destas coisas. Chamamos de “etiqueta do arroz” o poder usar todo este potencial. Este tipo de coração é muito importante nesta época de abundância.
Lavar o arroz não é simplesmente lava-lo com água. A pessoa que lava deve checar o coração. O que faz deste trabalho uma prática budista é o esforço e a atitude empregados. Em todos os dias, nossa única preocupação, deveria ser guardar esta verdade dentro de nossos corações.


- adaptado de um artigo publicada na revista Caminho Zen, Vol. 10, No. 3 - 2005

sábado, 1 de novembro de 2008

MOOJI NOS FALA...


'Eu necessito de ajuda' é a frase chave aqui. É sábio buscar auxílio, até que você vá além da necessidade do auxílio. Não a arrogância que diz 'Não há' ningúem a ser ajudado, nenhum 'eu',nenhum 'você'. Ningúem existe, somente aquilo que É ', que embora verdadeiro quando exaltado da boca do sábio, é completamente falso quando expressado da mente egóica! O ego que se levanta através do intelecto bancando ser algum tipo de herói espiritual. Esta compreensão não pode ser enxertada numa mente ego-centrada porque a verdadeira compreensão dissolve o ego-buscador. Não há ninguém que sobre para reivindicar a liberdade como uma realização. A Unidade única apenas existe, manifestando-se através e como a própria consciência, Ela expressa-se como o jogo cósmico. É a consciência se expressando no papel do humilde buscador que finalmente, através da graça, alcança a compreensão final, assim realizando-se como a Consciência Impessoal/O Ser. A sua busca por ajuda abre uma enchente de Graça que se manifesta na forma do 'professor', que é um reflexo do seu verdadeiro Ser, cuja autoridade e presença o assiste empurrando a mente externalizada para dentro de sua fonte, o coração, resultando assim na compreensão final. Esta graça provém do seu próprio Ser e é o seu Ser. Você ouviu o provérbio que diz : ' Nós somos chamados por nosso próprio Ser ', e ainda tudo isto toma a forma como um mero teatro na consciência. O Absoluto, o Ser real de cada um, o Sat guru dentro de nós, nem se beneficia nem sofre nenhuma alteração de maneira alguma, mas mantém-se como o inalterado substrato ou pano de fundo. Esta é a verdade.


MOOJI

VOCÊ É BUDA AGORA!


O buddhismo Zen é baseado na idéia de que, já que todos os seres sencientes têm uma natureza búddhica, para atingir a iluminação é apenas necessário descobrir este buddha interior. Já que você já é um buddha, você está iluminado no momento em que entender sua verdadeira natureza. Digo que o Zen é mal entendido porque as pessoas muitas vezes acreditam que este "descobrimento" da natureza búddhica interior pode ser atingido sem trabalho. Este não é o caso. A prática Zen real é muito disciplinada e muitos anos de estudo devem necessariamente preceder a liberação "súbita" na verdade.


(Hsing Yün, Only a Great Rain)

OM




Há um grande espaço


no qual este momento toma lugar.


Há um grande silêncio


que está escutando os pensamentos.




ADYASHANTI




ISAAC SHAPIRO E O NÃO-EU


Páre por um momento e simplesmente experiencie a totalidade de sua experiência simplesmente como SENSAÇÕES agora.

Dê-se conta de que o que você experiencia, de que suas sensações, estão mudando todo momento , e portanto, não podem ser descritas. Para poder falar sobre o AGORA você precisaria falar volumes, e mesmo assim a sua experiência já teria mudado.

Dê-se conta de se você experiencia isso sem entar quantificar ou qaulificar suas sensações, se há um senso de limite entre você e sua experiência.

Dê-se conta de que normalmente achamos que podemos descrever nossa experiência, e nessa idéia há um senso de eu. Perceba que ao tentar descrever nossas sensações, essa atividade aparece para dara ao não existente "eu" um senso de controle.

Agora se dê conta de que você está consciênte de qualquer experiência. Essa atenção já está presente. Veja se você pode descrever essa atenção. Se dará conta de que isso é impossível.

Onde ela está? Em todos os lugares.

Há algum limite? Nenhum.

O que é ela? Todas as coisas.

Nós temos duas palavras para atenção e experiência.

Mas realmente há somente palavras. Nós não podemos descrever.


Veja se há qualquer limite entre a atenção e experiência.

Nós temos a capacidade de objetificar uma experiência, e então parece que há um observador e um objeto observado.

Quando acontece o experienciar da totalidade de nossa experiência no AGORA, não há possibilidade de obejetificar, por isso, não há sensação de eu.


ISAAC SHAPIRO



ENTREVISTA COM SESHA


Publicada na revista espanhola Verdemente.

O que é o Vedanta Advaita?

O Vedanta Advaita, o Vedanta Não-dual, é a jóia suprema da tradição filosófica hindu. É um sistema filosófico teórico e prático que dá resposta às perguntas fundamentais que todo ser humano possa ter e que estuda em profundidade os diferentes níveis de consciência, que vão desde o estado onírico até os maravilhosos estados da Não-dualidade que atuam na Meditação e no Samadhi.

A que se refere o termo “advaita’, quer dizer, “não-dualidade” ?

Para explicar de uma maneira breve e simples, o conceito de não-dualidade ou não-diferença faz alusão ao fato de que o observador é não-diferente daquilo que observa; ou que o sujeito é não-diferente do objeto; ou que o indivíduo é não-diferente do Absoluto. Por exemplo, isso quer dizer que, embora duas células quaisquer de seu corpo não sejam a mesma célula, ambas são não-diferentes; de fato, ambas compartilham a mesma informação genética. Do mesmo modo, embora você não seja eu, nem eu seja você, ambos somos essencialmente não-diferentes. Isto é exatamente o que vê um gnani ou sábio hindu, um místico cristão ou islâmico, um Buda ou qualquer ser iluminado ou desperto de qualquer tradição.

E o que é meditar, a partir da perspectiva Advaita?

Meditar é a aquietação da agitação mental. Meditar não é destruir a mente, mas aquietá-la; é permitir que a Consciência conheça diretamente a Realidade sem a mediação ou interferência da atividade mental.

SESHA

A TRANSFORMAÇÃO DO PLANETA


Admito que pareço estar no epicentro da onda de transformação porque isso é o que eu faço e as pessoas chegam para estar em contato comigo. Todos que encontro estão sofrendo transformações e às vezes, quando ligo a televisão, sou repentinamente lembrado – “Oh! Não está acontecendo com todo mundo”. Por causa de minha posição peculiar, admito que certas vezes parece, para mim, que o mundo inteiro está se transformando. Ao mesmo tempo, recebo mesmo imensa massa de correspondência de pessoas que estão relatando mudanças na consciência e enorme diminuição do sofrimento, etc. Isso eu vejo em toda parte; porém não, não tenho uma escala do tempo, tudo que eu sei é que há uma aceleração de algo. Também sinto que o planeta provavelmente não sobreviverá outros cem anos se a velha consciência predominar por muito tempo no planeta, com tudo que isso significa.
É impossível que a natureza do planeta possa suportar isso. Assim, pela primeira vez na história humana essa transformação tornou-se uma necessidade, até mesmo para a sobrevivência da espécie. E talvez seja somente assim, em qualquer evolução e transformação, talvez seja apenas quando a espécie alcança um ponto crítico em que a sobrevivência fica ameaçada se ela continuar sem transformar-se – aí então essa transformação acontece em nível coletivo. Eu acredito – e posso dizer que é quase um fato – que se os velhos padrões de fazer as coisas continuarem por mais cem anos, e naturalmente esses padrões ficarão ainda mais ampliados, os meios de destruição serão maiores e o planeta não será mais capaz de sustentar a vida humana por mais cem anos.


ECKHART TOLLE

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

SATSANG MUSIC


Encontrei Osho pela primeira vez quando um amigo saniasin me apresentou um livro dele. Amei desde a primeira linha. Mas foi anos mais tarde, em 1993, que fui pela primeira vez num Centro de meditação de Osho. Em Porto Alegre, neste ano, havia o Osho Bholi Meditation Center, que era coordenado pelo Swami Praful. Depois da minha primeira meditação eu tinha certeza de que era tudo que eu queria na minha vida: estar com aquelas pessoas e com este mestre. Nunca havia pensado em me render a um mestre, e foi uma surpresa quando senti no meu coração um desejo muito forte de me aprofundar nas palavras e ensinamentos de um sábio. Comecei a ler muitos livros de Osho, e a fazer diariamente duas meditações Dinâmica e Kundalini. Amava também a Nadabrahma, e a Chacra Sounds me dava um centramento maravilhoso. Osho foi aos poucos me conquistando, entrando em meu coração, até que não podia deixar mais de pedir iniciação.
Comecei a fazer Biodança e Renascimento em grupo no Centro. Numa certa sessão, tive uma experiência muito profunda com o Renascimento, onde eu tinha "certeza" de que ia morrer. A dor em meu peito era tão forte e profunda, que a única coisa que me fez naquele momento ir adiante foi uma voz de Osho dentro de mim que dizia: "Se tiveres que morrer, morra". E eu confiei naquela voz. Nem sei porque, mas confiei totalmente que estava acontecendo a coisa certa. E foi simplesmente maravilhoso o desfecho da sessão.
A minha vida acordou depois de Osho. Comecei a compreender o funcionamento da minha mente, e a meditação era a mola propulsora de tudo. Desde o acordar até o dormir eu sentia a meditação.
Em 1995 saí de Porto alegre e investi na música na cidade de Santa Cruz do Sul. Tocava e cantava em bares, e meditava sempre. Foi então que uma senhora, professora de pintura de minha namorada, nos convidou para ver o quarto dela. Qual foi minha surpresa quando vi diversas fotos de Osho e Ramana Maharshi distribuídas. Então ela começou a nos contar sobre a sua busca como "saniasin", e de como havia sido maravilhoso ter conhecido Osho, em meados de 1976. Ainda por cima, ganhei dela de presente quase uma centena de lindos livros raros do mestre, livros em inglês que ela havia trazido da Comuna na Índia. Realmente Osho estava preparando tudo, de forma perfeita, amorosamente, magistralmente.
Depois de algumas formações em Terapias de Corpo e treinamentos em Respiração, iniciei em Santa Cruz do Sul alguns cursos sobre meditação, e a divulgar em jornais e revistas a mensagem do mestre.

As meditações de Osho, se feitas regularmente, são realmente muito poderosas.
A meditação foi me sensibilizando ainda mais, e eu já conseguia passar para a música o meu entusiasmo e gratidão pela vida. Comecei a compor muitas músicas em inglês e português, ao estilo Milarepa, do mundo do Osho, e a espalhar em meus shows a mensagem de amor de Osho.
Anos mais tarde, o mestre me ajudaria a criar em Santa Cruz do Sul, a "ADADEMIA OSHO", um espaço voltado unicamente para a prática das meditações de Osho. Naquele tempo, formamos um grupo de pessoas que sempre se encontravam para celebrar o silêncio e a vida meditativa. Mais tarde, devido ao nome Osho estar registrado e termos de pedir autorização a Poona, etc, resolvi mudar o nome do lugar para BIO-ZEN – Espaço de Autoconhecimento, que até hoje funciona com grupos de meditação, cursos, palestras, workshops e sessões individuais.

Existe um trabalho que amo fazer que se chama Satsang Music. Eu (voz, composições e violão) e um amigo (Teclados), criamos com a ajuda do grupo, um espaço de silêncio e paz interior através das canções, com toques perolados dos ensinamentos dos sábios iluminados. É um trabalho que une, finalmente em minha vida, como um casamento perfeito, as canções espirituais e o perfume da meditação.

Satsang significa encontro com a Verdade, e a Verdade é só uma: o silêncio do seu coração. Satsang-Music é simplesmente um convite a todos aqueles que amam estar num espaço de silêncio e amor, junto à essência de seus próprios seres, e deixar a música operar seus milagres. Este trabalho está me dando muita alegria e realização em criar e fazer. Sou muito grato à vida por todos esses presentes.

Agradeço sempre a todas as pessoas que um dia cruzaram meu caminho e me ajudaram a perceber o valor da amizade e do compartilhar neste lindo caminho na diversidade e na unidade. Amigos verdadeiros foram grandes presentes que ganhei. Pessoas lindas, que com seus jeitos únicos, permitiram que meu coração se abrisse para o novo, para o desconhecido caminho que a vida é. De dois anos para cá tem me tocado demais uma verdade muito profunda: ""Eu não sou um fazedor. É a vida que flui através de mim. Eu sou um bambu oco..."

Sambodh Naseeb

MEDITAÇÃO NA VIDA


Apenas tente caminhar muito vagarosamente, e se surpreenderá -- uma nova qualidade de percepção começa a acontecer no corpo. Coma vagarosamente, e se surpreenderá -- há um grande relaxamento. Faça tudo vagarosamente... apenas para mudar o antigo padrão, apenas para sair de hábitos antigos. Primeiro, o corpo tem que se tornar completamente relaxado, como uma criança pequena; somente então comece com a mente. Mova-se cientificamente: primeiro o mais simples, então o complexo, então o mais complexo. E somente então você pode relaxar no centro definitivo...


OSHO

domingo, 26 de outubro de 2008

TÉCNICA


Não se Identifique com Seus Pensamentos/Sentimentos“Se você quiser frustrar a dominação da mente, destrua todas as identificações com ela. Um pensamento surge em você – não se torne um com ele! Tornando-se um com ele você o fortalece; Mantenha distância. Fique como se você estivesse apenas de pé na calçada observando as pessoas passando. Olhe isso como você olharia uma nuvem no céu distante enquanto você está de pé embaixo na terra. Não se identifique. Não se una com seus pensamentos. Não diga, ‘Esse é meu pensamento’, tão logo você diz ‘meu’, você já está identificado; logo que você fica identificado com isso, toda sua energia flui para esse pensamento. É essa energia que faz de você um escravo – e essa é sua própria energia!Não fique identificado. Quando você começa a se distanciar de seus pensamentos, estes começam a perder força e ficam sem vida, eles não obtêm nenhuma energia.

OSHO

MESTRE DA RESPIRAÇÃO


Lembre-se de sua Respiração:

 Se você puder se tornar um mestre da sua respiração você se torna mestre de suas emoções... O inconsciente prossegue mudando seu ritmo de respirar, portanto, se você se torna cônscio desse ritmo e suas constantes mudanças, você pode ficar cônscio das suas raízes inconscientes, do que o inconsciente está fazendo .The New Alchemya) Respire profundamente o dia todo, não forçado, mas devagar e bem fundo, toda vez que você lembrar e sinta-se relaxado, não tenso.b) Vigie sua respiração, observe-a Quando a respiração sai, vá com ela, quando ela entrar, mova-se com ela. Se você puder observar sua respiração, ela se tornará profunda, silenciosa, rítmica. Seguindo a respiração você se torna muito diferente, porque essa conscientização constante da respiração irá lhe desprender de sua mente. A energia que normalmente se move para o pensar, se moverá para a observação. Essa é a alquimia da meditação  mudar a energia que se move do pensar para a observação... Como não ser um pensador mas uma testemunha. Mas seja brincalhão ao observar sua respiração, não faça disso um trabalho.c) Use sua respiração como uma conscientização da vida e da morte simultaneamente. Quando a respiração sai ela está associada com a morte; quando ela entra, com a vida. Com cada expiração você morre; com cada inspiração você renasce. Vida e morte não são duas coisas, separadas, divididas: elas são uma. E a cada momento, ambas estão presentes. Portanto lembre-se disso: quando sua respiração está saindo, sinta como se você estivesse morrendo. Não se assuste. Se você se assustar, a respiração será perturbada. Aceite isso: A expiração é morte. E a morte é bela, é relaxante .


OSHO

O SER ILIMITADO


O Ser Ilimitado é você, não um lugar a ser alcançado. Não é através de alguma experiência que você se torna a Verdade. Não há nada para tornar-se. Não há nada a transformar. O Ser ilimitado não precisa ser produzido, ele já é. Você é a Verdade que está buscando. O ensinamento de Vedanta é somente um pramana, um meio de conhecimento, um instrumento, através do qual o professor mostra o que você já é.

Swami Dayananda Saraswati

OM


É importante relembrar que este ensinamento que aprendí é um quetionamento sobre nossos valores, as maneiras que pensamos sobre nós mesmos, e reflexões sobre como temos vivido as nossas vidas. Nada aqui é para ser acreditado, porque não há verdades a serem buscadas. Cada momento é único e dirá por si. O que seu coração sintonizar, abrace e leve alegremente para sua vida. As palavras não são tão imporantes quanto para onde elas estão indicando. A meditação é como o amor. Ela é sentida sem palavras, como um silêncio abençoado no coração e em todo o ser.


SAMBODH NASEEB

UM


O que este ensinamento nos dá de presente? A perceção de que tudo é unificado, único, uma energia pura e perfeita, e que no mundo manifesto da criação, tudo está em constante evolução e movimento. Esta energia está criando e convidando o que ela criou (você) a co-criar com ela. Ou seja, uma parte de nós mesmos é vazio criativo, outra parte de nós mesmos torna-se a vida, se tornando auto-consciente no ser humano, quando nasce a mente e a capacidade cognitiva do cérebro. Uma pessoa humana é o vazio se tornando auto-consciente. Quando percebemos a beleza disso, passamos a olhar para a vida de uma outra forma, e percebemos que tudo que existe à nossa volta, em verdade, num outro prisma de consciencia, está totalmente emaranhado e junto como uma teia de aranha. Tudo se toca. Tudo vibra junto. Somos todos Um. Somos todos Consciência Universal. Se quisermos realmente paz, ela terá que ser buscada em nós mesmos, no fundo da mente, em um espaço chamado consciência, em um espaço de pura presença.


Sambodh Naseeb

SER

  “Nada pode atingi-lo. Você é intocado. A mente deve chegar ao ponto de uma compreensão completa da ilusão. Ali jaz o seu estado. Nada perm...