segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A HARMONIA OCULTA


Existe oposição para que haja o jogo, mas no fundo há uma unidade interior. As
duas coisas são necessárias para que o jogo continue: oposição e ainda assim harmonia.
Se houver harmonia absoluta o jogo desaparecerá — com quem você iria jogar? E se
houver discórdia completa, oposição absoluta, se não houver nenhuma harmonia, então o
jogo também desaparecerá.
A harmonia na discórdia, a unidade na oposição, eis a chave de todos os mistérios.
É na mudança que as coisas encontram repouso.
As pessoas não compreendem como o divergente
consigo mesmo concorda.
O Demônio concorda com Deus, Deus concorda com o Demônio — é por isso que o
Demônio existe.
Há uma harmonia de tensões contrárias
assim como a do arco e da lira.
Um músico toca com um arco e uma lira; a oposição está apenas na superfície. Na
superfície há uma colisão, uma luta, um confronto, uma discórdia, mas disso nasce uma
bela música.
A oposição traz concórdia.
Da discórdia nasce a mais bela harmonia.
O nome do arco é vida, mas sua função é a morte.
E morte é o seu trabalho, o resultado final. Morte e vida também não são dois:
O nome do arco é vida, mas sua função é a morte.
Assim, a morte não pode ser realmente o oposto — ela tem de ser a lira. Se o
nome do arco é vida, o da lira tem de ser morte. E entre ambos surge a mais bela
harmonia da vida.
Você está exatamente entre a vida e a morte — e não é nem uma, nem outra. Por
isso não se prenda à vida e não tema a morte. Você é a música entre a lira e o arco. É a colisão, o encontro, a fusão, a harmonia e o que de mais belo pode daí nascer.

OSHO - A Harmonia Oculta - Discursos de heráclito

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