VEDANTA E SCHOPENHAUER
A conexão do filósofo alemão Arthur Schopenhauer (1788 – 1860) com as escolas filosóficas ligadas aos Vedas, milenares escrituras sânscritas, é um dado irrefutável, seja pelas numerosas citações em seus escritos, ou seja pela influência que os conceitos ontológicos e metafísicos dos sábios vêdicos podem ter produzido em seu próprio sistema.
Também podemos basear nosso argumento no próprio nome dado pelo filósofo ao seu cão: Atma.
A distinção realizada por Kant entre a coisa-em-si (numenon) e o que se mostra (phainomenon) é um dos pontos de partida para a filosofia de Schopenhauer.
Somos limitados pelo nosso aparato cognitivo (sentidos, mente e inteligência) que apenas apreendem a realidade de um determinado jeito, sob uma série de categorias. A verdade do mundo nunca se mostra inteiramente, e mesmo se se mostrasse, nós não a perceberíamos em sua plenitude1. Com esse movimento, Kant pretendeu mostrar que os objetos de estudo da metafísica, Deus, existência da alma etc, estão além da capacidade cognitiva dos homens. Pela mesma razão, não podemos chegar a um conhecimento seguro sobre tais objetos. Em Schopenhauer isso também se aplica, de certa forma, mas suas reflexões são bastante diferentes das de Kant, e ele chegou a escrever um livro sobre as diferenças de seus sistemas filosóficos. Sua pretensão foi mais longe, ao buscar meios pelo qual o sujeito, aquele que percebe os objetos do mundo e de sua mente, pudesse por alguma maneira acessar a coisa em si, a essência do mundo.
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