sexta-feira, 14 de março de 2008

EU NÃO SOU O QUE PENSO QUE SOU...

EU NÃO SOU O QUE PENSO QUE SOU...



A mente humana é um instrumento de perceber e pensar o mundo.
Mas como já se diz, se ela é SUA mente, você e a mente são duas coisas não é mesmo?

Se eu digo que este é o meu casaco, uma coisa é certa: uma coisa sou eu, e outra coisa é o casaco. O casaco é um objeto para mim. Eu sou um sujeito, porque penso o casaco, tenho consciência do casaco.

Eu e a mente.

A mente está comigo, mas não sou Eu.

A mente é meu instrumento de perceber o mundo. Mas ela pode me fazer ver o mundo que estiver programada para ela ver...Ou seja, a programação da minha mente é o que chamo de pensamentos. Ela é como um computador. Eu estou atrás. Se me perco no computador seria o mesmo que dizer que o programador se viciou nos programas e esqueceu de si mesmo. Quando vemos hoje em dia aquelas pessoas que passam o dia inteiro na internet, podemos usa-las como exemplo do vício. Elas e o computador não são mais duas coisas. O computador e elas formam uma só entidade, tamanho o hábito e o envolvimento. Pois a mente é um computador, e quanto mais envolvido você estiver com ela, mais programas do passado você repetirá, e ficará inconsciente do momento presente e das novas escolhas melhores que pode fazer para sua vida.

Eu não sou os pensamentos porque posso observar os pensamentos, ter uma experiência dos pensamentos. Quem experiência? Eu. Quem sou eu? Eu sou uma percepção que está por trás dos pensamentos. Eu sou um observador.

Se eu fecho os olhos posso perceber que há pensamentos. Quem percebe? Eu. Quem é este eu que percebe? Compreende a pergunta?

Este EU que percebe só pode ser um ponto de consciência sem tempo e sem espaço, um ponto de luz no infinito que dá a possibilidade de o cérebro criar consciência dele mesmo.

Quem sou eu?

Meditação é des-cobrir quem você é.

Este Eu é um ponto de luz de eterna paz. Este eu verdadeiro não é o ego. Este eu real é simplesmente uma atenção consciente em você AGORA. Esta atenção consciente está atenta sempre.

Mas quase todo mundo confunde este EU REAL com o Ego.

Quando confundimos o eu com o ego nós perdemos a nossa verdadeira identidade e naturalidade e criamos máscaras para esconder uma idéia errônea que temos de nós mesmos. Primeiro cria-se uma idéia negativa de nós mesmos. Exemplo: Eu sou fraco. Então usamos máscaras para esconder o “fraco” ou o que quer que seja que não gostemos em nós mesmos. O resultado são duas máscaras, e as duas escondem o que você é em sua pureza infinita...

A primeira máscara é a idéia errônea que você é fraco ou burro. Esta idéia pode ter vindo da sua relação com seus pais, da relação com sua primeira professora, etc. A segunda idéia é a que você é bom. Remova as duas máscaras e você encontrará quem você é. A presença do que você é nunca pode ser um rótulo. A presença do que você é nunca pode ser uma limitação, uma conclusão, um conceito. Esta presença não é limitada pela forma ou pelos nomes. A atenção consciente que você é antes de pensar em ser alguma coisa lhe traz a pureza do momento e o silêncio deste instante.

Você, para si mesmo, é sempre uma presença pura e virgem.

Você, para os outros, será sempre a definição que os outros derem de você. Não importa como você queira que os outros te vejam, os outros apenas verão o que eles “podem” ver de você. Meu pai tem uma idéia de mim. Minha mãe tem uma outra idéia de mim. Mas nenhuma idéia que os outros tenham de mim será verdadeiramente eu. Porque simplesmente eu não sou uma idéia. Eu não sou um rótulo. Eu posso mudar os rótulos, logo o rótulo não é algo que possa me definir. Nenhum rótulo pode definir uma pessoa. Ela pode ser má hoje e amanhã pode ser boa. Ela pode ser um marginal hoje, e amanhã crescer e amadurecer e conhecer a si mesmo. Nenhuma pessoa é algo fixo. Toda pessoa é um processo de mudança infinito.

O mundo é um espelho. O que você pensa de você é o que foi programado em sua mente. Desse modo é assim que você olhará e interpretará o mundo e as pessoas à sua volta. Se você for real, ou seja, se viver a partir da presença do que você é, viverá em um mundo real. Se você for falso, se viver a partir dos rótulos do que você “pensa que é”, então viverá um mundo falsa, um mundo de ilusão – e sofrerá.

Se você viver em paz dentro de si, a paz a sua volta reinará como uma canção suave. Mas se você não estiver em paz, o mundo parecerá um lugar sombrio e assustador, e apenas trevas e conflitos reinarão. A paz é algo interior. O mundo é uma escola, e ele é como deve ser. O que importa é como a paz reina em seu coração. A verdadeira paz ultrapassa tudo e não tem limites. O mundo não tem poder diante da paz do espírito. O reino dos céus não é um lugar geográfico. É a essência do seu interior, da sua subjetividade. O reino que Jesus falava situa-se no coração do homem, e por isso ele dizia que a paz não é deste mundo. Sim, a verdadeira paz não é afetada por este mundo. E a não ser que encontremos esta verdadeira paz, seremos escravos do mundo, e pensaremos erroneamente que o mundo deve estar em paz para podermos também estar. Nada mais ilusório. O mundo não precisa estar em paz. Este é o desafio. A aventura desafiante da vida é encontrar a paz dentro de si, apesar de todas as circunstâncias não estarem a favor. Não importa. Nosso mais profundo centro está sempre em paz. Nossa mais profunda essência carrega sem si a tocha da vida, a chama da luz eterna, e é a isso que estamos procurando sem saber, desde que nascemos.

NASEEB

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