segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

DISCÍPULOS DA VIDA

Todo o iniciante do caminho do autoconhecimento deve observar como está a sua afinidade com o silêncio. Nem todos tem facilidade de ouvir um mestre e simplesmente assumir a sua essência. Até porque isso significaria estar com um mestre e permanecer em sua presença física. Osho adverte que isso em muitos casos pode se tornar uma dependência emocional. Algumas pessoas ficam até loucas ou se suicidam quando perdem a presença física de seus gurus. Por isso, Osho construiu um caminho que, segundo ele, é possível de ser trabalhado sem a presença física do mestre. Este caminho é a entrega ao silêncio e as práticas de cura - ao mesmo tempo. As práticas de cura significam purificar o corpo e a mente das impurezas da terceira dimensão de modo que facilite o aprofundamento da meditação. Essas curas podem ser realizadas através de inúmeras técnicas e terapias energéticas. Portanto, observe a si mesmo e veja como você se sente quando vai meditar. Como você se sente em sua prática. Isso é muito importante. Osho, nos últimos tempos, com o objetivo de promover o desapego à necessidade do mestre físico, declarou que era apenas um amigo, um "amigo espiritual", um guia inicial para facilitar o começo da jornada.

A confusão se encontra no conceito de iluminação neo-advaita e budista. Osho sempre preferiu usar o conceito de iluminação como liberação total dos apegos (budista). Já o neo-advaita proferido por muitos professores, discípulos de Papaji, descatam a iluminação como algo absolutamente impessoal e impossível de acontecer para o ego, e por conseguinte, negam a necessidade de purificação do corpo/mente. Osho chegou a advertir esta postura dizendo que "o advaita pode atrapalhar o discípulo em uma determinada parte do caminho e fazê-lo imaginar sonhos de iluminação".

Acredito que todos os ensinamentos são conceitos úteis para chegar a um insight profundo a respeito da real natureza humana. Logo, depois que conhecemos a essência dos ensinamentos, podemos saber intuitivamente o que precisamos fazer e o que não precisamos. As coisas ao nosso redor começam a acontecer espontaneamente. Realmente, depois de anos de meditação e purificação o chão começa a ficar claro. Mas dizer que elas não são necessárias às pessoas é duvidoso e altamente estranho, principalmente vindo de mestres que afinal fizeram muito sadhana (prática espiritual) para chegar onde estão. O próprio Papaji, que difundiu esta filosofia de "não-prática", durante metade de sua vida foi um praticante e devoto fervoroso.

Observe-se. Medite. Use da meditação, da autoobservação, dos satsangs, de todas as práticas possíveis, ao mesmo tempo em que purifica seu corpo/mente na medida em que sente os obstáculos que impedem o silenciar completo. Aprenda a se tornar sensível para o que você precisa agora. Não imite ninguém. De verdade, todas as outras pessoas são você mesmo em outras frequências. Você não está disputando nada com ninguém, apenas com você mesmo. Percebendo isso, você aceita o seu caminho atual com alegria. Assuma a si mesmo. Tudo é você. Não se preocupe como caminho dos outros ou com o que os outros estão dizendo. O caminho diz apenas respeito a você. Vá fundo dentro de si mesmo e descubra essa comunhão que existe em tudo. Nenhuma separação significa que somos ondas do mesmo oceano. Para podermos brincar, esquecemos da unidade. Assim, podemos nos ver como diferentes ondas, com cores e formas diversas.

As dicas sempre são dadas. O universo é um grande amigo. Quando estamos afinados com ele, ouvimos todos os ensinamentos. Mas sem conexão, tudo se torna muito confuso e os mestres parecem falar coisas contraditórias. Elas não são. São complementares. Tudo que é preciso é provido no mesmo instante. Torne-se um grande discípulo da Vida!

Swami Sambodh Naseeb

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