segunda-feira, 5 de outubro de 2020

A LEI DA ENTREGA

 


Deixe tudo acontecer naturalmente.

Quando der vontade, feche os olhos.

E simplesmente não reaja a nenhum pensamento ou sensação.

Deixe tudo vir que a entrega acontece sutil e sem esforço.

Observe curioso, como quem olha seu filme.

Este filme é sobre você.

É sobre a aprendizagem de ser-você.

E como ser-você é se reconhecer como tudo,

então ser você pode ser reconhecido agora neste exato momento.

Este momento é perfeito em sua inteireza.

Aqui, tudo aparentemente começa e termina.

Sambodh Naseeb

MEDITAÇÃO

 



O que é o ego, então? O ego é a ideia de que você mesmo como pessoa é o autor da sua vida, do começo ao fim. O ego é a ideia de que há um controlador da sua vida. O ego imagina que você é separado de tudo, e portanto, precisa ser forte contra os outros. “Eu posso tudo. Eu faço acontecer. Eu consigo. Eu sou o cara.” São pensamentos que denotam a ideia de desejo de poder do ego, porque criam a separação que não existe para depois lutar com fantasmas.

A sua mente sempre quer mais, e o ego faz você pensar que quem quer mais é você! Entendeu? O ego transforma a mente impessoal Eu Sou, a Pura Presença, em uma mente pessoal - eu/ sou /uma /pessoa.

É possível criar intimidade com a Pura Presença.

Chama-se Meditação.

Sambodh Naseeb

OBSERVE QUE TUDO É ESPONTÂNEO

 


Você acorda pela manhã e já sabe exatamente tudo o que fazer. Observe. O corpo faz as ações apropriadas toda manhã. No banheiro, no café, vestindo as roupas, saindo para o trabalho. O corpomente tem sabedoria própria e sabe exatamente o que fazer. E você? Bem, você pode ficar observando o corpo e a mente realizar as coisas. É divertido. E é o princípio de toda meditação: observar.

Observe como o corpo respira.

Observe como a mente pensa.

Observe como as escolhas acontecem.

Sambodh Naseeb

UNIDADE

 

Todos nós costumamos dizer:

Eu respiro.

Eu penso.

Eu escolho.

Tomamos como ponto passivo o fato de que é o eu que faz a ação. Afirmamos que há um eu que respira, pensa e escolhe. Mas será? Existe um “respirar acontecendo”. A respiração acontece espontaneamente. Não precisamos lembrar da respiração. É uma função natural do corpo. Assim como pensar. Você não sabe o que vai pensar daqui a dez segundos. Você não sabe porque este pensamento não deixa sua cabeça. Você não sabe porque estava agora mesmo muito bem e de repente, por um pensamento, ficou muito triste. Simplesmente acontece.

Respiração acontece. A vida faz isso. É maior que você.

Pensar acontece. A vida faz isso.

Sambodh Naseeb


domingo, 4 de outubro de 2020

QUANDO A ILUSÃO É VISTA

 




As experiências vêm e vão. Eles são inerentemente impermanentes e inconcebíveis. A vida aparece como o que descrevemos como casos de amor, holocaustos, flores desabrochando, tsunamis, luz do sol, nuvens, tempestades, aviões voando contra edifícios, bebês nascendo, explosões em galáxias distantes. O pensamento divide o fluxo contínuo em partes aparentemente separadas. Ele traça limites e cria a ilusão de formas sólidas, persistentes e independentes e, em seguida, tenta descobrir como as coisas imaginárias que acabou de criar se relacionam entre si.

Acordar é como estourar uma bolha imaginária, a bolha do aparente encapsulamento. O que resta é a infinidade que nunca vem e nunca vai e nunca permanece a mesma, a infinidade que é tudo o que existe. Não há nada além disso. Não tem dono. E não existe "depois do despertar". A vigília é AGORA, não ontem ou amanhã.

Quando uma ilusão é vista claramente, ela perde seu poder. O lago miragem ainda pode aparecer nas areias do deserto, mas não corremos mais atrás dele em busca de água. Quando damos muita atenção a este momento, descobrimos diretamente que nada realmente se forma da maneira como pensamos ele faz. Existe apenas um fluxo contínuo. Até mesmo pensar e conceituar são atividades desse mesmo fluxo indiviso.

Perceber que nada existe realmente não significa que não haja nada em algum sentido niilista! Esta vitalidade vibrante de cores e formas em constante mudança, textura e cheiro, som e sensação está inegavelmente aparecendo aqui agora. Podemos argumentar sobre como interpretar essa aparência, seja mente ou matéria, verdade ou ilusão, sonho ou realidade, mas a existência disso é inegável.

Estamos procurando uma resposta para alguma questão conceitual ou alguma experiência especial que já tivemos ou sobre a qual lemos em um livro? Esse movimento de apego e busca da mente pode relaxar? É possível perceber a realidade de simplesmente estar aqui - acordado, vivo, consciente - ouvindo, vendo, sentindo, respirando - sem saber o que realmente é?

Como o Mestre Zen Dogen escreveu há séculos: "Se você não consegue encontrar a Verdade exatamente onde está, onde espera encontrá-la?"

- Joan Tollifson 2011--

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

DESEJOS E EXPECTATIVAS



Tome consciência dos seus desejos (vontades) e expectativas.

Quantas vezes nossos males são causados

por expectativas que não fazem nenhum sentido?


Sambodh Naseeb

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

A VIDA CUIDA DA VIDA

 




Quando acontece um entendimento de que 

você não é o que pensava, com certeza, que era,

esse entendimento raro abre seu coração.

Ele é uma semente de uma nova vida.

Agora é uma questão de manter bem regada.

A paciência vem.

O amor vem.

Os desafios vem.

Tudo acontece naturalmente.

A vida cuida da vida.

E você é ISTO.


Sambodh Naseeb



QUEM É VOCÊ QUE PENSA QUE É VOCÊ QUE PENSA?

 



Quem é você ?

Qual a sua face original?

O que existe além dos pensamentos?


Sambodh Naseeb




DESCUBRA

 



A linguagem faz a gente sorrir.

Ela realmente inventa coisas que não existem!

Dizemos: "Eu respiro"

Mas respiração acontece naturalmente. Eu não respiro conscientemente. 

Dizemos: "Eu penso"

Mas o penar acontece.

Você sabe o que pensará daqui dez segundos?

Respirar acontece.

Pensar acontece.

Comichão acontece.

Tesão acontece (muitas vezes em horas impróprias mesmo).

Sentir acontece.

Tudo é uma experiência da consciência.

Olhe pra dentro agora e veja.

O que chamamos de "eu" ou aquilo que somos de verdade

não é o que temos pensado.

Estivemos muito equivocados.

Os sábios dizem: descubra quem é você.

Pois se não há mesmo separação, 

então fica muito óbvio.

Mas se ainda não for óbvio, investigue.

Medite. Observe a você.

Seu comportamento, sua maneira de falar, 

ou como você reage.

Observe o personagem. 

É uma linda experiência.


Sambodh Naseeb



Sambodh Naseeb


O QUE VOCÊ É?

 


Você quer a verdade e sabe muito disso.

Você tem sonhado em encontrar a verdade.

Porque os sábios falaram.

Porque alguém disse.

Voltemo-nos para o ponto chave:

Quem é este que quer?

Este que quer é você?

Este que quer é um pensamento?

Este que quer é uma emoção?

Quem é você?

Eis a pergunta navalha.

O QUE VOCÊ É?

QUEM É VOCÊ?

Para onde você olha quando faz esta pergunta?

Se for para "algum" lugar

então não foi dessa vez.

Mas talvez haja uma revelação bela

de que não há ninguém em particular e tudo é sagrado.


Sambodh Naseeb

A BATIDA DO CENTRO DA VIDA

 





A batida do seu coração

É a batida do Centro da Vida.

Tudo é conectado.

Tudo é vivo.

Tudo é a magnífica orquestra divina

em suas criações.

Tudo Um

Um Todo orgânico

Uma Teia

Tapeçaria dos sonhos

O universo

O seu corpo

E toda a vida.

É tudo o mesmo

Tudo pulsa

Infinitamente.

Quem acorda do sonho?


Sambodh Naseeb





OM

 




Buscar o eu - quem busca?

Encontrar o eu - quem encontra?


Sambodh Naseeb


sexta-feira, 18 de setembro de 2020

SURFANDO

 



A vida é um balanço. Uma polaridade. Yin e Yang. Masculina e feminina. Positiva e negativa. A vida é uma dança de polaridades. A arte da vida é surfar nas polaridades e encontrar um balanço. A partir desse balanço a vida te mostra uma outra dimensão. Mas antes, você tem de aprender a dançar nas polaridades.

Sambodh Naseeb

DÁDIVAS

 


O buscador ainda está em busca de paz, evitando sofrer. O sábio não evita mais nada, apenas e simplesmente deixou de se incomodar com as polaridades da vida – com a tristeza e a alegria. Aceitou a dualidade do viver do corpo. Não porque ele tem muito conhecimento, mas porque seu coração falou tão  alto que o sentido da vida agora é o viver de cada momento. Então, na simplicidade ele vai descobrindo que a vida oferece a cada instante dádivas.

Sambodh Naseeb

SABEDORIA

 



Há um movimento na vida que é maior do que o seu desejo pessoal. É a isso que os sábios orientais sempre se referem quando dizem para você ir além da mente. Você entende e aceita o movimento da vida, e não discute com os resultados de determinadas ações. Simplesmente o entendimento que o resultado de uma ação passa por inúmeros fatores externos que estão fora do seu controle pessoal. Sabedoria é aceitar esse movimento da Teia da Vida como parte de nossa existência e se juntar com ele, não resistir a ele, aprendendo a deslizar com o fluxo.

Sambodh Naseeb

UNICIDADE

 






Os sons acontecem.

E o pensamento sobre os sons também.

Simplesmente acontecem.


Sambodh Nsseeb

QUÃO SIMPLES PODE SER

 




Quão simples pode ser?


O que está acontecendo na experiência presente agora? Ler palavras na tela do computador, ouvir sons, ver formas e cores, respirar. E o que mais está acontecendo? Existe expectativa, curiosidade, excitação, tédio, inquietação? Podemos parar um momento para fazer uma pausa e ter consciência de como está agora, sem tentar modificar ou corrigi-lo de forma alguma, mas simplesmente estar despertos para a realidade nua e crua deste momento, exatamente como ele é?

Sons de trânsito, canto de pássaros, um avião voando, vento farfalhando as folhas, uma televisão em outra sala, vozes de crianças, um cachorro latindo. Formas, cores. O movimento da respiração, a sensação de contato com a cadeira, uma brisa fresca tocando suavemente a pele, um formigamento nos pés, talvez um mal-estar na barriga ou um aperto na garganta, talvez uma vaga sensação de ansiedade ou descontentamento, esses palavras registradas na mente.

Este acontecimento presente exige esforço, ou tudo está acontecendo sem esforço por si mesmo?  

Este momento é totalmente simples e direto, totalmente óbvio, completamente inevitável, sem esforço sendo exatamente do jeito que é, seja como for. Pode ser doloroso ou desagradável, mas não há nada confuso sobre o momento presente até começarmos a pensar.

Então, de repente, começamos a pensar(e acredite) que somos um fragmento separado, desconectado do todo. Sentimo-nos perdidos e carentes. Parece que precisamos descobrir tudo e chegar a algum lugar melhor do que onde estamos. Tentamos desesperadamente melhorar a nós mesmos e ter sucesso em ser alguém. Tememos a morte, imaginando esse corpo-mente como algo sólido e persistente, algo separado do resto do universo. Desejamos o que não temos e resistimos ao que somos. Temendo o espectro da falta de sentido criado pelo pensamento, procuramos desesperadamente por um significado e, quanto mais o procuramos, mais tudo parece sem sentido.

Tentamos pensarnosso caminho para a liberação, e quanto mais pensamos, mais emaranhados em perplexidade e incerteza parecemos ficar. Tentamos nos livrar de nós mesmos, mas não conseguimos fazer isso. Tentamos ter uma experiência não dual (seja lá o que imaginemos que seja) e então tentamos fazer com que essa experiência dure para sempre, mas em vez disso, o que parece aparecer repetidamente é decepção e insatisfação, frustração e dúvida.

Em vez de tentar consertar tudo isso ou propor alguma filosofia nova e reconfortante ou algum plano de ação inspirador, podemos acordar para o que é absolutamente simples e totalmente sem esforço, o acontecimento deste momento, exatamente como é?

É possível que simplesmente acordar aqui e agora seja o portão sem porta, a chave de ouro, a verdadeira iluminação, a liberação total?

Claro, a iluminação, a liberação e as chaves de ouro são ideias carregadas que podem desencadear instantaneamente uma espécie de entusiasmo e expectativa esperançosa, então, ao invés de nos perdermos em ideias selvagens sobre algo espetacular e imaginário, vamos voltar à pura simplicidade de bem aqui, certo agora.

Como é?

Em vez de nos apressarmos em fornecer um rótulo ou uma descrição conceitual, podemos simplesmente estar despertos para a realidade nua e crua deste momento presente, a realidade sem palavras?

Se a mente disser: “Tudo bem, isso é bom, mas o que vem a seguir? Onde está a iluminação e a libertação total? ” - podemos ouvir esses pensamentos como pensamentos e voltar à simplicidade não conceitual dos sons, das sensações corporais e da respiração? Podemos sentiro desejo de algo maior e melhor, ou o desejo de fugir do que está aqui agora e simplesmente permitir que esses sentimentos e sensações estejam aqui?

Se estivermos interessados ​​em explorar a natureza da realidade, em vez de adotar as idéias dos outros, podemos explorar nossa experiência direta real aqui e agora?

Há inegavelmente variação e diversidade neste acontecimento presente (diferentes sons, sensações, pensamentos, sentimentos, formas, cores), mas existe alguma separação real entre ouvir e ver e pensar, ou entre a consciência e o conteúdo da consciência, ou será todos aparecendo juntos como um todo, imagem em movimento contínua, em constante mudança, mas sempre aqui / agora?

Se você procurar aquele que supostamente está “tendo” esta experiência presente, aquele que supostamente está “fazendo” a audição e o pensamento, você pode realmente encontrar alguém ou alguma coisa no comando? Você consegue encontrar um leme ou um centro? Pode haver uma ideia de que existe um “eu” encapsulado dentro de “meu corpo” olhando para “o mundo” e guiando essa mente-corpo pela vida, autorizando meus pensamentos, tomando minhas decisões, escolhendo como viver minha vida. Este “eu” é concebido como uma espécie de entidade semelhante à alma vivendo dentro do corpo, uma unidade independente de consciência. Mas pode ser visto agora que esta entidade separada e encapsulada é apenas uma ideia, uma imagem mental, um pensamento, uma história sobre o que está acontecendo aqui que foi aprendido?

Você pode ver que mesmo o seu “corpo” é também uma ideia, uma imagem mental, uma abstração conceitual de algo que na verdade nada mais é do que um movimento contínuo inseparável de tudo que supostamente não é seu corpo? Se isso parece rebuscado, feche os olhos e preste atenção aos sons e às sensações somáticas. Ao fazer isso, o que acontece com a aparente solidez e separação de “seu corpo”? Você pode realmente encontrar um lugar em sua experiência direta onde “você” começa e termina, uma linha de fronteira real entre dentro e fora de você? Você pode pensar em um limite. Você pode imaginar (ou imaginar) um. Mas você pode realmente encontrar ? Isso realmente existe? Os sons do tráfego estão dentro ou fora de você? Existe alguma diferença?

Claro, funcionalmente, você tem um senso de localização, limites e identidade com um corpo específico, e isso sempre estará aqui quando necessário (a menos que você tenha uma lesão cerebral grave), de modo que você saberá seu nome e como cortar uma cenoura sem cortar seus dedos e em qual boca colocar a comida e como distinguir entre seu cachorro e seu computador. Acordar com uma unicidade contínua e ilimitada não significa que você cometerá o erro de comer cocô de cachorro no almoço ou andar na frente de um ônibus porque "tudo é um". 

Despertar para a unicidade significa simplesmente não se deixar enganar por pensamentos e conceitos, não confundir miragem com realidade. E acordar só acontece agora. Não existe uma pessoa permanentemente acordada. Portanto, não imagine que “você” vai cruzar uma linha de chegada mágica depois da qual miragens não aparecem mais e ser enganado nunca mais acontece. Ser enganado não é problema, a menos que o pensamento leve isso para o lado pessoal e se identifique com ele como "meu" problema que significa algo "sobre mim".

O pensamento é um aspecto desse acontecimento contínuo e não dual. Acontece automaticamente. Você nem sabe qual será seu próximo pensamento. Pensamentos surgem espontaneamente - às vezes pensamento útil e criativo, às vezes pensamento do tipo mascador de chiclete estúpido, e às vezes o pensamento centrado em mim, obsessivo, confuso, perseguidor de rabo, problemático que gera a miragem dualística e traz consigo sofrimento e sempre- mais confusão: “Eu arruinei minha vida inteira, ninguém me ama, eu sou um fracasso, o mundo está indo para o inferno, eu estou certa e você está errado, você arruinou minha vida, eu não estou iluminado e provavelmente nunca o serei, como posso parar de me sentir ansioso o tempo todo? E se…? Se apenas…. Talvez eu devesse ... ” 

Não podemos fazernós mesmos paramos de ter esse tipo de pensamento doloroso. Isso não funciona. Mas se começarmos a prestar muita atenção ao que está realmente acontecendo (em oposição ao que pensamos que está acontecendo), começamos a despertar do êxtase hipnótico do pensamento e da crença. Começamos a perceber como o pensamento cria uma realidade virtual, uma abstração mental, um mundo-mapa - e começamos a questionar nossos pensamentos e a perceber que os pensamentos nunca são absolutamente verdadeiros e, em muitos casos, nem mesmo são relativamente verdadeiros. Começamos a perceber e estar atentosda diferença entre pensar, por um lado, e perceber ou sentir, por outro. Percebemos que sentir pode incluir dor, mas é preciso pensar para sofrer ou ficar confuso. E é preciso pensar para materializar a miragem de um eu separado.

O pensamento não é uma força do mal que se opõe à unicidade. Mas é apenas na realidade virtual criada pelo pensamento que parecemoster dualismo, conflito, confusão e separação. É por isso que muitos ensinamentos se concentram tanto em estar atento aos pensamentos quanto aos pensamentos. Mas é útil reconhecer que mesmo a aparência de dualismo nada mais é do que unicidade aparecendo como dualismo. O pensamento não é um inimigo que devemos banir, e acordar não significa nunca mais pensar. Significa simplesmente acordar neste momento aqui e agora do êxtase nessa realidade virtual.

O que é que acorda? O que é que vê os pensamentos como pensamentos? O que é contemplar todo o filme da vida desperta, incluindo o personagem que identificamos como “eu” e as histórias e dramas em constante mudança? Onde tudo isso está acontecendo? A consciência está dentro do corpo ou o corpo está aparecendo na consciência? A consciência tem um tamanho, uma forma, um gênero, uma idade?

Quando acordamos pela primeira vez de manhã, na verdade leva uma fração de segundo para lembrar nosso nome, nosso papel e nossa história. Às vezes, podemos realmente ver essa reconstrução acontecendo. E então, todas as noites em sono profundo, tudo desaparece novamente. O mundo desaparece, nossa história desaparece, nossos problemas desaparecem, “eu” desapareço como aquele que se preocupa com tudo isso - tudo o que é perceptível e concebível desaparece. Quão sólidas, substanciais e reais podem ser todas as formas e eventos neste filme da vida desperta, e quão real é o “eu” no centro de tudo isso?

Acordar para a infinidade e a perfeição não significa que descartamos a vida cotidiana ou ignoramos o mundo como "apenas uma ilusão". Mas começamos a ver tudo em um contexto maior, de uma forma mais fluida, sem imaginar que a forma é algo sólido e fixo e “lá fora” à parte dessa presença avisadora. E não imaginamos mais que esta presença consciente está encapsulada dentro de um corpo-mente separado, ou que o pensador imaginário está no controle de "minha vida".

Sempre que nos sentimos cheios de dúvidas e confusão, recomendo abrir mão de tudo o que pode ser duvidado e descobrir o que resta. Do que estamos absolutamente certos? O que não podemos duvidar? O que é que não requer nenhuma crença para ser?

Não podemos negar que estamos aqui agora, podemos? E com isso quero dizer esta presença impessoal e vigilante. Podemos duvidar de qualquer ideia sobre quem ou o que está presente ou consciente, mas não podemos duvidar do simples fato de estarmos aqui e sabermos que estamos aqui. E não podemos negar este acontecimento presente (ouvir, ver, sentir, pensar). Podemos duvidar de qualquer descrição ou explicação desse acontecimento, mas não da realidade nua ou imaculada disso.

Quando “voltamos” a isso que não requer crença e é impossível duvidar, a simples realidade Aqui / Agora (que, é claro, nós nunca realmente partimos), não há eu, nenhum outro, nenhum dualismo, nenhum problema . Simplesmente é isso,exatamente como é.

Ao dar atenção à nossa experiência real no momento presente, começamos a ver que existe simplesmente este acontecimento sempre presente, em constante mudança, que não há ninguém no centro desta experiência presente (mesmo que às vezes pareça que existe) . Vemos que esse desdobramento infinito nunca vai a lugar nenhum, pois está sempre Aqui / Agora. Este acontecimento atual é óbvio e inevitável, mas ao mesmo tempo, não pode ser compreendido.

E não precisamos entender isso. Unicity não é algo que temos que “pegar”. É o que somos . É tudo o que existe.

Mas sempre que imaginamos que estamos separados da unicidade, instantaneamente nos sentimos alienados, vulneráveis ​​e carentes. Começamos a buscar o que imaginamos estar faltando. Somos como uma onda buscando o oceano e insistindo que nunca experimentamos água. Imaginamos algum estado de consciência fantástico ao qual pensamos que outros chegaram, um estado além de todo sofrimento e confusão, e queremos chegar a esta terra prometida mítica. Perseguir aquela terra prometida é como correr em direção a um lago-miragem nas areias do deserto. Não há esperança.

Mas isso não é realmente uma má notícia, pois quando acordamos dessa falsa imagem da realidade, percebemos que nada está faltando, nada está quebrado e que não há ninguém para ser iluminado ou não iluminado, perdido ou encontrado. Nunca houve nada além do oceano ondulando. Até mesmo correr em direção a um lago miragem nada mais é do que ondas do oceano.

Essa realização às vezes é chamada de despertar ou iluminação ou liberação, mas essas palavras criam muita confusão, porque a mente tende habitualmente a imaginar algum tipo de realização ou experiência permanente, e tende a levar essa conquista imaginária para o lado pessoal e imaginar que existe " eu ”que é ou não iluminado. E isso é ilusão. Estamos de volta àquela aventura absurdamente cômica da onda em busca do oceano e avaliando quais ondas são as mais úmidas.

A iluminação não é um dia eternamente ensolarado. Nenhum dia ensolarado dura para sempre, nem qualquer dia nublado. E não há "eu" indo e voltando entre céus claros e nublados, ou estabilizando permanentemente ao sol. Existe simplesmente o clima, sem dono, sem agente por trás dele. As nuvens e o sol são um acontecimento indiviso, como a cara e a coroa de uma moeda.

Unicity inclui tudo . Inclui luz e escuridão, para cima e para baixo, iluminação e ilusão, clareza e confusão, pensar e sentir, sonhar e acordar, praticar e não praticar. Inclui sono profundo e o filme (ou vários filmes) da vida desperta. Inclui imaginação e fantasia. ele étudo, e tudo é isso. Não há nada fora da unicidade e não há nada que não seja unicidade.

Isso não significa que Hitler foi iluminado ou que não podemos distinguir entre uma cadeira e uma mesa. Significa apenas que aquilo a que funcional e convencionalmente nos referimos e pensamos como Hitler ou uma mesa ou cadeira não é realmente uma coisa sólida que existe independentemente de tudo o mais. Cada forma aparente nada mais é do que movimento e mudança, e tudo é inseparável de tudo o mais. Não existe “eu” separado de Hitler, e não existe “alguém” duradouro para ser iluminado ou iludido para sempre. O único para sempre é agora, e agora nunca mais permanece o mesmo.

Tudo isso pode soar muito inebriante, abstrato e misterioso se ouvirmos apenas com o intelecto e tentar descobrir com o pensamento. Mas se simplesmente prestarmos atenção à experiência do momento presente, torna-se cada vez mais óbvio, de maneiras cada vez mais sutis, que é assim que as coisas são. Mas não se torna óbvio "para mim". Isso é pensar novamente, inserir um sujeito imaginário, um ator imaginário à parte da ação, e na realidade (em nossa experiência real), tal coisa realmente não existe, nunca. Na experiência direta, antes de pensarmos sobre isso, não há vidente separado do que é visto, há simplesmente visão indivisa .

A não dualidade não é “eu” me tornando alguém que não se confunde mais ou não tem mais nenhuma falha humana. Não significa que “eu” me transforme em alguém que está em algum estado especial de presença consciente 24 horas por dia, 7 dias por semana. Isso não significa que “eu” não tenho mais eu. Isso não significa que "eu" sou "alguém" que está constantemente ciente de não ser ninguém, ou constantemente ciente da infinitude não dual como algum tipo de experiência especial, ou nunca mais enganado por miragens ou nunca mais pego em um filme- história de encapsulamento ou separação. A própria noção de uma pessoa permanentemente iluminada é baseada nos próprios mal-entendidos que ela afirma ter surgido.

Então, podemos parar de tentar descobrir tudo isso mentalmente e simplesmente voltar à absoluta simplicidade de onde estamos: os sons do tráfego, as sensações no corpo, o gosto do café, o aumento e a diminuição da respiração, o frio brisa soprando pela janela?

E se a mente diz “isso é apenas a manifestação fenomenal, isso não é suficiente”, é possível ouvir esses pensamentos como pensamentos e não ficar hipnotizado pela imagem que eles pintam? Nesse quadro imaginário pintado pelo pensamento, há separação, dualismo e falta. E há “eu” querendo algo mais, algo especial. Mas no som do tráfego, não há eu e não há separação. Existe apenas o absoluto não-dual, exatamente como ele é.

Então, se nos encontramos perdidos em pensamentos, correndo na esteira mental, perseguindo fantasmas e miragens, é possível acordar, parar de correr em direção a algo ou se afastar de algo, simplesmente estar presente aqui, agora? Sentir a respiração e ver as gotas de chuva brilhando nas folhas verdes e a bela bituca de cigarro flutuando em uma poça de água da chuva na sarjeta. E talvez investigar a sensação de insatisfação, inquietação e mal-estar que está na raiz de grande parte de nossa atividade humana. É possível permitir que esta insatisfação esteja aqui, simplesmente sentir as sensações sem fugir ou buscar uma solução, ver os pensamentos que estão envolvidos como pensamentos, permitir que tudo se desdobre e se revele e se dissolva, sem esforço?

Nesse simples despertar, aberto a tudo o que está aqui, podemos perceber que tudo está incluído Aqui / Agora. Até mesmo julgamentos e desejos, até mesmo resistência e busca, até mesmo a mente humana girando aqueles pensamentos familiares sobre "Não é isso" e "Eu arruinei minha vida inteira", tudo isso tem permissão para estar aqui, e tudo isso é simplesmente outra aparência momentânea, outra forma momentânea que a unicidade está assumindo. Nada disso é pessoal. Nada disso é realmente um problema.

Quando essa presença está desperta para si mesma, há amor por tudo. Este amor incondicional, esta consciência ilimitada, este coração aberto dissolve o ódio e a ignorância. Ele os dissolve, não os condenando ou lutando contra eles ou tentando controlá-los, mas ao aceitá-los como acontecimentos impessoais e ao lançar luz sobre como a vida realmente é (em vez de se perder em pensamentos sobre como tudo poderia ser, deveria ser, poderia ser, ou costumava ser).

E a coisa mais importante a lembrar é que acordar sempre se resume a bem aqui, agora. Nunca está em outro lugar ou ontem ou em algum momento futuro quando as condições são diferentes ou melhores. É só isso,exatamente como é.

Quão simples pode ser isso?

- copyright Joan Tollifson 

SILÊNCIO

 



O silêncio convida a alma a repousar

nos braços do absoluto.

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

PRINCÍPIOS NÃO DUAIS

 


Normalmente pensamos em nós mesmos e nos outros como entidades independentes que possuem livre arbítrio e o poder de criar nossas vidas voluntariamente como desejamos e escolhemos. A perspectiva espiritual não dual afirma que esse senso de identidade é completamente ilusório. Afirma que nosso senso de individualidade é na verdade uma expressão única de uma dinâmica vibrante misteriosa e não pessoal que se apresenta espontaneamente de acordo com nosso condicionamento interno e externo que foi programado por si mesmo.

Nós, sendo apenas expressões desta energia vital criativa, não temos poder para influenciá-la diretamente, pois não estamos separados dela. Todas as nossas intenções, motivações, desejos e ações para mudá-lo são apenas expressões dessa inteligência energética vital.

Se esse senso mais profundo de identidade for realizado e internalizado, pode surgir a compreensão de que não estamos realmente vivendo nossas vidas, mas sim sendo vividos pela própria vida ou, ainda mais precisamente, sendo vividos como a própria vida. A vida está constantemente oferecendo incentivos infinitos para a ação ou modificação de si mesma. Como parte dessa expressão, nossos eus aparentes são projetados, equipados e energizados pela vida ou natureza para viajar ao longo dos caminhos específicos definidos para si mesmos pela própria existência. Portanto, todas as atividades da vida continuam a acontecer, mas não há indivíduos separados que as autorizem ou as façam autonomamente.

Essa percepção profundamente sentida traz consigo o alívio do fardo da culpa, vergonha, culpa, arrependimento ou recriminação. Pois esses estados de sentimento só podem existir com a presunção de que existem indivíduos reais que determinam livremente suas intenções e comportamentos. A não dualidade refuta isso enfaticamente. Afirma fortemente que ninguém pode ajudar o que pensa, não pensa, não pensa ou deixa de fazer, pois a fonte de todo pensamento ou de sua omissão é a própria vida e não eles próprios.

E mesmo que não tenhamos controle sobre como a vida está se movendo para nós, não estamos sujeitos a impropriedades arbitrárias, pois a maioria de nós é expressa de maneira decente e atenciosa, de modo que não podemos ser nada além de humanos. E se a vida nos leva a cometer algum ato prejudicial, mesmo sabendo que não poderíamos evitar naquele momento específico e não sentimos culpa, é possível que surja o remorso genuíno e o desejo de fazer as pazes. E esse entendimento também se aplica a outras pessoas que agem de forma prejudicial. Se alguém agir de forma ofensiva, sabendo que não poderia evitar, não os culpamos ou odiamos, nem toleramos o comportamento prejudicial. Nem esta compreensão da inocuidade resulta em uma tolerância passiva. Seremos naturalmente movidos a sair do caminho do perigo, ou nos defender, ou protestar contra a negatividade de várias maneiras.

Os ensinamentos não-duais oferecem explorações e considerações sobre a experiência diária que podem dissipar a ilusão do eu separado e ajudar a redescobrir nossa identidade anterior como a plenitude indivisa e não qualificável da existência e, assim, aliviar enormemente a angústia e o sofrimento.

Joan Toliffson 


domingo, 13 de setembro de 2020

NEM, NEM

 


Você não perde, nem ganha.

Investigue quem é você, porque senão parece que você é algo.

Ao investigar, o assombro abre o coração.



terça-feira, 1 de setembro de 2020

QUERIDOS MESTRES

 




Nunca tome uma dificuldade negativamente. Encontre alguma coisa positiva nela. A mesma pedra bloqueando o caminho, pode funcionar como um degrau para ver melhor.

Osho




O QUE VOCÊ É MESMO?

 


“Eu entendo seu desejo de ser feliz. E seu desejo de conhecer alguma coisa que seja real. Mas o que faz iso difícil é que nada do que você pode ver ou sentir com suas emoções é real. O que é real é você, como consciência. Sim, eu estou dizendo que isto não é emoções, sentimentos, ações e pensamentos. Eles não são reais porque não permanecem. Real significa o que permanece. Pense sobre sua vida. Tantas emoções e pensamentos e experiências e tudo se foi agora. Mas você estava lá observando eles. Então você é realidade. Você se mantém enquanto que as experiências e pensamentos passam em sua consciência, ficam por uns momentos e depois vão embora. Quão real eles podem ser, não é mesmo?”   

RAM


EU

 

Nós assumimos que o eu é uma entidade 

fazedora que está fora da experiência. 

Mas o "eu" está na experiência. 

Ele é toda a experiência do pensamento.


 


sábado, 9 de maio de 2020

EXPLORANDO O AGORA


ALÉM DA MEMÓRIA


O PROPÓSITO DA VIDA



A vida é vivida na tensão da carência/falta/necessidade e da inadequação. Você pode pensar que outra pessoa está feliz porque tem conforto. Isto é porque você estabeleceu um valor para o que ele tem. Ninguém está realmente feliz. A única diferença entre "os que têm" e "os que não têm" é que "os que têm" são infelizes com os confortos e os "que não têm" são infelizes sem confortos. Todos querem ser diferentes do que são. Este é um problema comum a todo ser humano. Resolver este problema é o propósito da vida. Não se pode ser indiferente a ele. As experiências da vida fazem pensar: "O que eu quero não é todas essas coisas. Eu quero estar à vontade comigo mesmo. Como posso descobrir isso?" Quando o problema é assim identificado, a pessoa sabe exatamente o que deve procurar, e a vida se torna proposital. Então, apenas, vale a pena viver.
Swami Dayananda

BEM SUCEDIDO

n
 
Quando o aqui se torna  
todos os lugares   
E o agora se torna sempre,  
então foste bem-sucedido. 

Wu-Hsi

SER

  “Nada pode atingi-lo. Você é intocado. A mente deve chegar ao ponto de uma compreensão completa da ilusão. Ali jaz o seu estado. Nada perm...